Um caminho vale por mil, se for o melhor.

Com o passar dos tempos torna-se evidente que mais vale ter pouco do que é valioso do que muito daquilo que não presta. Um só caminho vale por todos os que se deixam para trás, se for o que escolhemos fazer por entre os infinitos que se estendem diante de nós...
 
Uma mão cheia de belas pedras escolhidas e trabalhadas vale mais do que uma grande montanha de rochas em bruto. É o valor que dedicamos às coisas que as torna valiosas.
 
Nada se pode ter ou ser mais ou melhor do que uma alma que se fez boa. A grandeza do nosso coração não diz respeito a uma qualquer extensão, tamanho ou poder. É a sua profundidade e pureza que determinam a sua majestade, o seu valor, a sua sublime elevação.
 
Tudo o que é bom é grande, porque eleva. Tudo o que é mau é pequeno e feio, porque rebaixa e submete. E haverá sempre mais um céu ainda mais belo, assim como também é certo que nunca se chega ao fundo de um abismo... é entre estes infinitos que somos chamados a escolher.
 
Importa saber que os melhores não vão pelos caminhos dos outros... arriscam-se a fazer o seu, tão puro quanto imperfeito e autêntico.
 
A gota faz o seu caminho, escavando a pedra, sem pressa... evapora-se até cair e insistir de novo. Assim se eleva, assim se fere, assim se faz. A eternidade não é necessária para que se cumpra o que depende apenas dos nossos talentos e forças. Um caminho vale por mil, se for o melhor... se for o meu. Se for mesmo eu.

 

[Ilustração de Carlos Ribeiro]

José Luís Nunes Martins

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