A chegada de João Paulo II a Tor Vergata, e a corrida que demos para o termos mais perto, a deixar-nos o seu olhar irresistível…

A vigília de resistência que vivemos em Madrid, com um frágil Bento XVI, que se manteve resiliente connosco perante a agrura da tempestade…

Os laços, inquebráveis, que nos ligam de forma inequívoca a quem connosco palmilhou ruas e estradas, de mochila às costas, partilhou experiências e reflexões, e deixou fluir a alegria da fé por entre cantigas e guitarras, numa linguagem universal (como alguém dizia hoje, talvez seja o misericordiês!)... que não exclui ninguém!

São todas estas vivências (e outras que não cabem aqui) que me fazem sentir mais uma, no meio daqueles que hoje vivem a maravilha de estar na Polónia, a caminhar com o papa...

Agora, de Francisco chegam-me até aqui as palavras... os silêncios... os gestos... os desafios... Perante todas as perguntas do mundo, perante os sucessivos ataques que massacram uma humanidade partida e violentada, a sua fidelidade à misericórdia!

Tudo isto me faz querer gritar que eu sou (orgulhosamente) da juventude do Papa.

E sou-o ainda hoje, do alto dos meus 37 anos!

Porque continua cá dentro a força que me levou a partir naqueles dias.

Porque trago comigo a marca da alegria que descobri em tantos rostos, de cores e bandeiras tão diferentes.

Porque no mundo concreto, quando se complicam os caminhos e as decisões, salta cá de dentro a vontade de cantar aquele hino, cheio de palavras quentes e familiares, que me devolvem a certeza de que sou amada, infinitamente amada por Deus, ainda que a tormenta seja grande!

E isso não se apaga! Pode ficar esbatido ou abafado, mas volta invariavelmente, de forma arrebatadora, quando se ouvem aqueles acordes, quando se lê aquela passagem do Evangelho, quando se reencontra aquele companheiro de caminho... Quando se vê renovada a alegria numa nova JMJ!

São os sinais que Ele nos deixa... Insondáveis caminhos, que nos trazem de novo aos mistérios da Sua misericórdia... Tão atual como necessária, aqui e agora!

Por isso, na paragem para obras que farei por estes dias de verão vou pôr o meu coração a dançar como fazia João Paulo II, naquela noite longa em Roma: um rosto velho e cansado, mas com os olhos a mostrar um coração jovem, cheio da esperança de quem tem fé!

Vou oferecer-me, resiliente, como aquele papa débil que soube manter-se firme frente à tempestade, porque é maior que tudo Aquele que lhe dá força...

E vou, como Francisco, continuar a acreditar no perdão e a proclamar a misericórdia, porque há milhares de jovens por esse mundo fora que continuam a deixar-se seduzir por Ele e a descobrir a alegria imensa de cantar com o coração rendido: "Jesus Christ, you are my life!!!"