É só um emprego

Eu sei que muitos estamos em tempo de férias!!! Mas gostaria de falar de trabalho, ou melhor refletir sobre o emprego, aquilo que nos ocupa tanto tempo. Curioso, passarmos dia após dia a contar, ansiosos, o fim de semana. Fim de semana atrás de fim de semana em busca das férias. E quando elas chegam, o tempo voa e voltamos ao emprego.
 
Já pensámos como o trabalho actual nos desumaniza? Agora com a crise parece que ter trabalho é uma sorte!!! E por isso pode-se usar e abusar, o mundo corporativo cada vez mais usa as pessoas como objetos. Ou parece que as pessoas acabam por vender a alma ao trabalho, parece que tudo o resto fica para segundo plano, família, amigos. O Igreja sempre considerou o trabalho como essencial para a dignidade.
 
O Papa Francisco no Dia do Trabalhador, 1 de Maio, partilhou:
“Desejo dirigir a todos o convite à solidariedade, e aos responsáveis das coisas públicas o encorajamento para fazer todo esforço para dar novo impulso às oportunidades de trabalho; isto significa preocuparem-se pela dignidade das pessoas; mas sobretudo, quero dizer não percam a esperança; também São José teve momentos difíceis, mas jamais perdeu a fé e soube superá-las, na certeza que Deus não abandona.”
 
E continua o seu discurso agora dedicado aos Jovens:
“empenhem-se nos vossos deveres diários, nos estudos, no trabalho, nas relações de amizade, nas ajudas ao próximo; o vosso futuro depende também de como vocês  vivem estes preciosos anos da vida. Não tenham medo do compromisso e não olhem com medo para o futuro; mantenham viva a esperança: existe sempre uma luz no horizonte.”
 
Assim o trabalho enche o homem de dignidade e, em certo sentido, o assemelha a Deus que, como se lê na Bíblia, “trabalha sempre” Jo 5,17
O Patricio Plaza pensou nesta questão, e elaborou uma curta-metragem “O Emprego” de 2008, mas tão actual!!! Já recebeu mais de 100 prémios em vários festivais em redor do mundo. Com a direção de Santiago Grasso, a curta-metragem mostra uma sociedade doente em que todas as pessoas são objetos de outras.

 

 
Neste tempo de férias desafio a refletirmos sobre a “coisificação” do homem pelo próprio homem. Como vivo o meu trabalho, como trabalho a minha vida!!!

 

Nuno Cocharro

Cronista

Professor de EMRC e comediante. Licenciado em Ciências Religiosas. Pós-Graduação em Comunicação Social. Esposo dedicado e bi-Pai, Amigo. Gosta de gadgets, redes sociais e de multimédia. Acredita que é possível educar e evangelizar pelo humor e tem vindo a desenvolver vários trabalhos nessa área.

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