"O que acontece sem fazer estrondo ou estrilho:

é o bem, o bom e o belo."

Pe. Rui Santiago CSSR

Escutei estas palavras do senhor Padre com grande satisfação.

Sorri enquanto pensava sobre elas.

Lembrei-me logo de três ou quatro pessoas que entre os silêncios e as grandes movimentações conseguem chegar a tanta gente.

Fazem como que por magia.

Ninguém os vê.

Ninguém os ouve.

Ninguém sabe quem são, ou melhor quase ninguém.

São como verdadeiros ninjas do bem.

Conseguem estar sempre presentes daqueles que mais necessitam. Conseguem aparecer quando mais ninguém conta, mas não aparecem para a fama.

Nem aparecem quando está uma grande multidão.

Nem convidam as câmaras para os ver.

Como é bom parar para as admirar.

Admirar a paz que transmitem.

O carinho que transportam.

E o sorriso que levam sempre no rosto.

Aprenderam a viver assim.

A viver na escuridão do brilhantismo, mas a levarem imensa luz para os que mais necessitam.

São verdadeiras pessoas do bem.

São verdadeiros testemunhos deste amor de Deus.

Querem somente plantar o que é belo.

Querem apenas lançar a semente da felicidade por todos aqueles que passam.

Eles são quase como invisíveis, mas deixam sempre uma marca. E não é uma marca qualquer: é a marca.

Deixam sempre cair um abraço ou uma mão afetuosa.

São também as primeiras pessoas a emocionarem-se com o que vêem.

Elas levam consigo a capacidade de amar incondicionalmente.

Levam a experiência da vida que lhes deu a paz e a felicidade de olharem para o mundo com ternura.

São anjos sem asas.

São anjos sem auréola, mas fazem o que um anjo deve fazer... Acompanham. Protegem. Marcam presença.

Eles são os anjos do bem, do bom e do belo.

Eles são os anjos que qualquer um de nós precisa.

Que saibamos trabalhar mais no silêncio.

Que causemos menos estrondo, mas que estejamos mais perto daqueles que se cruzam connosco.