A universalidade da esperança
Num cenário global marcado por incertezas políticas, crises económicas e desafios sociais, a liderança nunca foi tão essencial. Mas o que esperam realmente as pessoas dos seus líderes? Um estudo recente da Gallup, intitulado Global Leadership Report: What Followers Want, oferece uma resposta clara: os seguidores precisam, acima de tudo, de esperança e a família constitui a principal referência de liderança para 57% dos entrevistados em 52 países. Outra conclusão importante é a de que 34% dos trabalhadores inquiridos citam alguém do trabalho (gestor, colega ou líder organizacional) como a (sua) figura de liderança mais influente.
O relatório, lançado no World Governments Summit 2025, analisou as expectativas de “seguidores” [followers, em inglês] em 52 países, os quais representam 76% da população adulta mundial e 86% do PIB global, sendo esta a maior amostra sobre o tema em análise desde sempre. A pesquisa revelou que, além da confiança, compaixão e estabilidade, o atributo mais desejado nos líderes é a capacidade de inspirar esperança. Esta conclusão tem implicações profundas para líderes empresariais, governos e até mesmo dentro das famílias.
O estudo teve como base a resposta a duas questões: “Que líder tem a influência mais positiva na sua vida quotidiana?” e “Enumere três palavras que melhor descrevam o contributo dessa pessoa para a sua vida”.
As palavras que as pessoas utilizam para descrever os líderes mais positivos das suas vidas dividem-se em quatro temas. A esperança destaca-se como a necessidade dominante, representando 56% de todos os atributos associados aos líderes positivos, ultrapassando largamente as menções à necessidade-chave seguinte, a confiança (33%). A compaixão (7%) e a estabilidade (4%) combinadas representam cerca de um em cada nove traços de liderança positiva mencionados.
Todavia e como alerta a Gallup, esta investigação não responde, por si só, à questão mais vasta de saber o que faz um bom líder. A resposta reside numa combinação holística de líderes que se conhecem a si próprios, que estão conscientes das exigências do seu papel e que compreendem genuinamente as necessidades dos seus seguidores. Assim e se um líder não compreender primeiro o que os seus seguidores esperam e precisam, a sua capacidade de liderar com êxito é posta em causa.