Seguir Jesus pobre e humilde – a imaginação como possibilidade

Notícias 2 agosto 2018  •  Tempo de Leitura: 2

Seguir Jesus pobre e humilde. Quem quiser ganhar a sua vida, há-de perdê-la. E quem a perder, há de ganhá-la. É isto que nos diz o Evangelho de hoje. Parece ser um jogo com regras invertidas. Mas será que isto não é apenas uma “treta piedosa”, um jargão jesuítico que usamos na eucaristia, nos exercícios espirituais, mas que parece impossível na vida?

 

Era esta a inquietação que levava para os meus Exercícios Espirituais que terminei há pouco: será que seguir Jesus pobre e humilde faz algum sentido? Quero mesmo viver assim? Nós, jesuítas, queremos mesmo viver assim? Eu posso viver assim ou não? Por vezes, o dia a dia leva-nos a desacreditar de tal possibilidade. Primeiro, porque não conseguimos viver assim, depois porque analisando a realidade que nos rodeia, até entre companheiros, parece-nos que isso não é possível.

 

Na missa, sim, é possível. Quando fazemos Exercícios Espirituais também. Nos nossos grupos, na CVX, quando aconselhamos outros, também. Mas quando vem alguma experiência de carência, de negação, de desconsideração; quando não tenho aquilo que gostaria de ter, quando os outros não me fazem aquilo que eu gostaria que me fizessem, quando não me consideram como eu gostaria que me considerassem, não me consultam, não me elegem, parece que já não é possível. Aí, parece que, de facto, nada disto faz sentido.

 

Faz sentido, mas quando temos tudo. Aí é bom sermos pobres. Faz sentido, mas quando somos considerados, quando as reuniões correm bem e as conferências estão cheias. Quando estou bem no meu lugar e todos me confirmam, aí, é fácil seguir Jesus pobre e humilde.

 

É tão grande a inautenticidade e são fortes os motivos para desacreditar. Mas no final dos exercícios espirituais senti-me confirmado de que, apesar de me custar tanto viver assim, apesar de sentir que a Companhia tem tantas feridas neste modo de seguir Jesus, sim, faz sentido. Sim, é possível! É possível alcançarmos o fruto da liberdade e da alegria, vivermos assim: pobres como Jesus pobre, humildes como Jesus humilde.

 

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