Não há terapia como a do sorriso. Não há terapia como a dos sorrisos. No plural fica melhor porque um sorriso sozinho faz pouco. Ou uma nesga de nada. Não há terapia como a dos sorrisos. Os sorrisos são sempre os avessos do problema. E, se há problema impossível de resolver, é tentar virá-lo do avesso até virar sorrisos. Até nascer sorrisos.

Não queria dizer a palavra sorrisos muitas vezes, para não lhe(s) retirar magia. É sobre essa palavra multiplicada (e sempre por multiplicar) que pretendo escrever hoje. É a partir desta (palavra) que aqueles que perderam a alegria tentam fazer-se pazes. Consigo. E com a alegria. Não é nada fácil fazer as pazes com a alegria, quando nos desentendemos com ela. Na verdade, quem se incompatibiliza com a alegria, acaba por amuar também com a esperança. A alegria e a esperança são família. Sempre foram. Quem fica furioso com uma, fica furioso com a outra.

Não queria repetir a palavra sorriso muitas mais vezes, para não lhe retirar a curva. O sorriso talvez seja isso mesmo: uma curva que se decide. Se uma curva é decidida pode fazer-se como cada um quiser. Calma… Desde que se respeitem as leis do sorriso! Que são leis tão importantes como outras quaisquer que se vivam e sintam.

Vou repetir a palavra sorriso e sorrisos outra vez. As leis do sorriso e dos sorrisos são profundamente simples. E silenciosas. E certas. Porque foram sorridas para quem as quiser sorrir. As leis dos sorrisos são pintarolas. Cada uma tem a sua cor e a sua linha também (e tão bem!) colorida. Cada lei é um circulozinho pequeno, que se ajeita na pontinha de um dedo, de um olho, de uma boca ou de uma alma. Dependendo da parte nossa que queira sorrir.