Resumo da Semana

Apesar de o medirmos objetivamente, a noção e a vivência do tempo é sempre muito subjetiva, assim como a escolha que fiz das notícias que marcaram a semana mas que se repercutem bem para lá dos sete dias.
 
1. UM MÊS DE TRUMP – Apesar da eleição ter ocorrido a 8 de novembro, apenas no dia 20 de janeiro aconteceu a tomada de posse de Donald Trump como Presidente dos EUA. De toda a especulação feita até essa data, infelizmente, muito se tem vindo a confirmar, abanando não só o universo político como económico-financeiro. Mas com o passar do tempo, apercebemo-nos da oportunidade de um sistema democrático se revitalizar e evitar que Trump seja mesmo Trump e que dos seus inúmeros tweets bombásticos pouco chegue à prática depois de passar pelo escrutínio dos diversos poderes americanos. Haja esperança, citando João Lampreia, Head of Research, BiG-Banco de Investimento Global, “O slogan da campanha prometia devolver a América à sua grandeza, mas, ironicamente, deverá ser a própria grandeza da América que se traduzirá no principal obstáculo na condução das políticas de Trump”.
 
2. PALAVRA DE HONRA! – Vergonhosamente, assistimos esta semana a mais um episódio de meias verdades a pretexto de uns SMS. Sabemos que na política a verdade nem sempre é objetiva e muito menos única, mas quando se junta um novo ingrediente, como a CGD, os contornos tornam-se ainda mais trabalhados e as cómicas justificações mais rebuscadas. A cereja no topo do bolo é a clara e taxativa justificação para as palavras mal medidas, ou sem filtros, de João Galamba: “Marcelo e Centeno têm a mesma culpa: culpa “de nada”. Não fosse o nosso país, o nosso dinheiro, o nosso banco, os nossos governantes… e até seria divertido!
 
3. FALEM MENOS E FAÇAM MAIS! – Quem parece que tem estado atento a isto tudo é Francisco, o Papa! “Precisamos diminuir um pouco o volume e precisamos falar menos e ouvir mais”, disse o Papa de forma improvisada, num diálogo com universitários, em Roma, esta semana a propósito da atualidade política em geral. "Insultar tornou-se normal", alertou.
 
4. CURRÍCULO ESCOLAR – Mais uma ficha, mais uma voltinha… Pessoalmente, não concordo com o atual currículo proposto, quer na sua carga horária, quer nas suas opções de fundo quanto às áreas de saber, quer na sua operacionalização limitativa de uma verdadeira resposta às necessidades tão diversas quer das escolas quer dos alunos. No entanto, já foi feita uma verdadeira avaliação do que existe para se poder reformular? Já houve tempo suficiente para que essa avaliação possa ser feita? Retenho com agrado, no entanto, a visão mais equilibrada do currículo e uma orientação mais voltada para a dimensão da cidadania e da valorização do trabalho em projetos.
 
5. DIA DOS NAMORADOS – Marcou indubitavelmente esta semana, quer porque somos eternos românticos, quer porque até somos do contra, ou simplesmente porque nos entra pela casa e pelos olhos dentro em tudo o que é média. Faço parte dos românticos, é sempre uma boa altura para celebrar e viver o amor, mas compreendo os argumentos de quem acha redutor a celebração de um dia que em nada é significativo para uma relação específica, sendo apenas resultado de um enorme marketing. Mas como costumo dizer: amar nunca é demais, seja a pretexto ou a “despretexto”… Há coisas boas em si mesmo!
 
6. IMISSIO – Esta semana saúdo a presença de um novo colaborador, o António Mota, que seja mais um desafio de crescimento e reflexão mútuo. Se bem que como leitor e seguidor nunca o tinha deixado de ser, procurarei estar mais presente semana a semana, depois de uma ausência prolongada, adaptação a novas circunstâncias pessoais e familiares que condicionaram a disponibilidade mental e de tempo. É bom voltar!
 
7. “E ao sétimo dia descansou”. (Cf. Gn 2, 2)

Paulo V. Carvalho

Cronista.

Licenciado em Teologia. Pós Graduação em doutrina e ética social. Mestrado em Informática Educacional. Especialização em Educação Especial. Professor. Gosta de desafios.

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