Filhas da Ressurreição: vidas ao serviço dos mais pobres

Durante meio século, em África, as Filhas da Ressurreição testemunharam massacres, violência, ódio em estado puro. Conheceram até o martírio. Nunca, em momento algum, abandonaram a sua missão. Todos os dias, estas mulheres de Deus realizam milagres de amor. Agora, precisam de si. Como negar-lhes ajuda?

 

Ruanda, República Democrática do Congo, Camarões e Brasil. Nestes quatro países é possível seguir o rasto do trabalho das Filhas da Ressurreição, uma ordem religiosa iniciada em 1966 pela Madre Hadewych, com a ajuda do padre Werenfried van Straaten, o fundador da AIS. São 50 anos de uma entrega diária aos mais pobres da comunidade. Essa disponibilidade total faz parte do carisma destas mulheres que acompanham e tratam doentes com SIDA, trabalhando em hospitais, tantas vezes substituindo os médicos e as enfermeiras que não existem. São elas que cuidam também de crianças desamparadas, ensinando-as a ler e a escrever, retirando-as das ruas, oferecendo-lhes algum futuro. São elas que cuidam dos idosos e doentes, dão aulas de catequese em locais improvisados, muitas vezes até ao ar livre. São elas que, todos os dias, distribuem alimentos a mais de cinco mil pessoas. São as famosas “sopas dos pobres” das irmãs que salvam milhares de morrerem à fome.

 

Dia de infâmia

 

A história desta congregação é a história concreta destas irmãs. De todas e de cada uma delas. É, por exemplo, a história de Epiphanie, de Felicitas, de Cesarine, de Xavera, de Berthilde e Devota. Todas elas foram brutalmente assassinadas à catanada em 1998, em Busasamana, junto ao Ruanda. Morreram por serem de Deus. Antevendo o perigo que corriam, pelos violentos conflitos que eclodiam no país, o Bispo ordenou que a comunidade abandonasse a região. Elas desobedeceram. Epiphanie, então a Madre Superiora, escreveu uma carta ao Bispo. Foram as suas últimas palavras. “Temos medo… mas não há nenhum padre na paróquia, os cristãos só contam connosco. Não conseguimos deixá-los sem comunhão e fugir. (…) Nós ficamos com o nosso povo. Não fazemos mal a ninguém. Esperemos que nada de grave nos aconteça.” Foram todas assassinadas nessa quarta-feira, 7 de Janeiro. Mas a história desta congregação é também escrita pelas noviças que em breve vão juntar também os seus sorrisos às outras duas centenas de Filhas da Ressurreição… Esta congregação – apoiada pela Fundação AIS – continua a ser, nos dias de hoje, o único sinal visível do amor de Deus em tantas regiões onde a pobreza extrema está de braço dado com a violência, a exploração e a miséria. Sem a presença delas, o mundo seria mais frio, mais triste, mais perigoso. Elas pedem especialmente as nossas orações. As suas orações. Ajudar cada uma destas irmãs é mesmo um assunto muito sério. E um desafio. Seria capaz de adoptar uma destas irmãs das Filhas da Ressurreição com a sua oração?

 

FUNDAÇÃO AIS

Fundação de direito pontifício, a AIS ajuda os cristãos perseguidos e necessitados.

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