O livro desta semana proporciona aos seus leitores a possibilidade de efetuarem um itinerário de lectio divina (meditação), enquanto estiverem a colorir 72 excertos das escrituras (Antigo e Novo Testamento) apresentados sob a forma de iluminuras. Assumimos que se trata de uma excelente oportunidade para 'mergulharmos' numa milenar tradição monacal ocidental concretizada por copistas e iluminadores através dos séculos. Ao consultarmos as páginas introdutórias desta obra podemos aceder, de uma forma sucinta e didática, a como se desenvolveu a "arte da iluminura", desde os rolos de papiros (século XV a.C.), os códices sobre pergaminho ou velino (século I), com destaque para o Evangeliário de Lindisfarne (cerca de 698), numa evolução ao longo da Idade Média (mil anos), a destacar: o "estilo celta" (na Irlanda); o "estilo romano" (a partir do século IX); o "estilo gótico" (desenvolve-se nas cidades francesas e inglesas) e o "estilo renascentista" (a partir de Itália para toda a Europa, no século XV).

Posteriormente, são fornecidas orientações que consideramos pertinentes para as combinações de cores a pintar em cada iluminura e também um guia prático para a leitura orante com o objetivo de aliar o “trabalho das mãos e a meditação” ao equilíbrio, para o qual deve orientar-se o monge, segundo São Bento, fundador de inúmeras comunidades monásticas do século VI. Para ajudar à concretização deste tempo de oração o autor sugere o seguinte itinerário:

• “Escolha um momento apropriado, durante o qual tem a certeza de que não é incomodado. Dê também a si mesmo um tempo de pelo menos vinte minutos;
• Escolha uma citação, consultando o índice [pode ver aqui (pp. 156-159)];
• Leia atentamente o texto, prestando atenção a cada palavra;
• Deixe que o texto faça ressonância em si, com a sua própria experiência;
• Ilumine as palavras, começando por aquelas que lhe parecem essenciais;
• Durante o seu trabalho, abrir-se-á, talvez, o tempo da oração, que é o tempo do diálogo com Deus. Como diz Santo Agostinho: «A tua oração é a tua palavra dirigida a Deus. Quando lês, é Deus que fala contigo; quando oras, és tu que falas com Deus»;
• Quando a Palavra de Deus faz surgir um silêncio interior no qual Deus se torna presente, e no qual se fixa a atenção, abre-se o tempo da contemplação."

Público-alvo: Jovem/Adulto

Ficha técnica: Título – Paz interior: 72 palavras da Bíblia | Conceção gráfica: Estelle Chandelier| Editor – Paulinas Editora, 1 ed. Jan. 2016, 160 págs. | Coleção – A Palavra | ISBN: 978-989-673-501-2.