XXVIII TC: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus!»

Liturgia 13 outubro 2018  •  Tempo de Leitura: 4

Riquezas…
Se fizessem um inquérito sobre as prioridades da nossa vida, a primeira na lista, de muitos de nós, seria: Ser rico!
Aquele glamourque envolve a vida de um rico, fascina qualquer um.
Faz-nos sonhar! Faz-nos ambicionar o tiro certeiro na chave do Euromilhões.
Ocupa-nos a mente com grandes projectos para o nosso dia de amanhã e o futuro dos nossos filhos.
Leva-nos a procurar, incessantemente, uma forma de nos sobrar mais uns trocos no bolso, no final do mês.
O “Ser rico!” é uma obsessão que a humanidade partilha desde o início dos tempos,
mas não quer dividir o “bolo” com o vizinho do lado! Nem o “bolo”, nem a fórmula com que o “bolo” foi feito…
O que era mesmo muito bom: era ser rico!

 

Há tantos ricos sem riquezas e, há tantas riquezas sem dono!
Quem quer orar sem cessar pela paz e pelo ressurgimento da justiça divina no mundo?
Quem quer viver a aventura de anunciar o Evangelho, sem dia para partir, nem hora marcada para voltar?
Quem quer a sabedoria para atender os pedidos do Senhor e conhecer a Sua bondade, ao negar a vontade própria?
Quem quer o Reino dos Céus e viver pobre?
O medo destas tribulações apodera-se da nossa boca, dos nossos pés e braços, dos nossos olhos, até…
Ficamos petrificados quando o tema é a “possibilidade” de vir a Ser pobre…
Temos a certeza de que quem cai na pobreza perguntará e pedirá, sem cessar:
«Até quando? Tende piedade dos vossos servos»…
e como não queremos essa realidade para nós, há uma prece que não nos cansa:
«Saciai-nos, Senhor, com a vossa bondade e exultaremos de alegria.»

 

Que «a prudência»desperte«o espírito de sabedoria»que habita no coração de cada um de nós,
para discernirmos sobre o que são riquezas e o que é ser rico;
para que cada um de nós aceite a Missão de Ser Alegre na Esperança;
para que eu e tu digamos algo precioso, sobre a prudência… algo como:
«Amei-a mais do que a saúde e a beleza e decidi tê-la como luz, porque o seu brilho jamais se extingue.»
Eis uma riqueza que não se transformará jamais em areia!
Ser prudente é permitir que a «Palavra de Deus»nos«…penetre até ao ponto de divisão da alma e do espírito,
das articulações e medulas, e seremos capazes de discernir os pensamentos e intenções do coração.»

 

A Liturgia deste 28º domingo do Tempo Comum, do Ano B,
apresenta-nos o árduo estudo económico da nossa vida: «Quem pode então salvar-se?»
Ao permitir que o passivo seja superior ao ativo,
o BomMestre faz uma primeira abordagem ao balancete analítico:
«…vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres…»
Volta a calcular os custos e os proveitos… dá um segundo incentivo financeiro: «…vem e segue-Me!»
Aqui, é de fácil percepção explicar o mote: «Ninguém é bom senão Deus.»
Que realidade dura… será falência total! Imobilizado totalmente amortizado e o inventário é negativo…
Mão de obra a duplicar, sem remuneração acrescida e mais dias haver no banco de horas… é impossível!!!
«Aos homens é impossível, mas não a Deus, porque a Deus tudo é possível»

 

Bom Mestre dá-me coragem e prudência para Ser pobre!
Que eu venda tudo o que tenho, para Ser quem Sou:
Filho de Deus, criado para Te seguir… para ser espada de dois gumes!
Que eu não precise de Ser Rico para ter Riquezas…
que Tu sejas a única Riqueza que eu ambicione possuir neste mundo!
Eu quero Ser Bem-Aventurado, Senhor Jesus…
Eu quero saldar a conta-corrente que tenho contigo…

 

Que a minha vida pobre abra as portas do Reino de Deus a um rico!

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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