XXIII TC: «…erguendo os olhos ao Céu, suspirou e disse-lhe: "Efatá"…»

Liturgia 8 setembro 2018  •  Tempo de Leitura: 5

Abrir…


É preciso abrir a nossa vida a experiências novas. Conhecer o mau para ambicionar o bom!
Sentir fome para saber comer! Ter frio para ansiar calor! Vestir preto e branco para reconhecer a alegria do arco-íris!
Ouvir uma guitarra desafinada para saborear o som de uma tuba!
Ficar cego para sentir o rosto de quem amamos! Ter o coração perturbado para escutar Deus…

 

«Tende coragem, não temais. Aí está o vosso Deus; vem para fazer justiça e dar a recompensa!»
No dia em que formos corajosos ao ponto de abrirmos a nossa boca para proclamarmos esta Esperança,
alcançaremos a plenitude daquele efeito bombástico e maravilhoso,
de sentir o corpo a navegar entre as ondas do mar, com os pés bem firmes na terra! (A “Recompensa”)
É como se a Fé nos fizesse andar, falar, tocar… e no final, ao olharmos para trás,
quando nos deslumbrarmos com a obra edificada, dizemos radiantes: “Fui eu?”
E alguém responde, com um sorriso gigante: “Sim! O que fez, mudou a minha vida para muito melhor!”
Quando esse alguém é um desconhecido, é «um pobre e mal vestido»,
que a nossa realização pessoal seja ainda maior, do que se fosse «um homem bem vestido e com anéis de ouro»!
Fazer o bem sem olhar a quem…” Esse é o maior e melhor lema do Cristão.
Daquele que quer fazer da sua vida um prolongamento constante do dia do seu Baptismo!
Daquele que sabe que é preciso ser porta aberta, para que toda a humanidade se salve!

São Tiago inquieta-nos:
«Não escolheu Deus os pobres deste mundo
para serem ricos na fé e herdeiros do reino que Ele prometeu àqueles que O amam?»
SIM! A lógica de Deus não é a nossa… e cada um de nós deveria encontrar a sua pobreza
para que a Fé coloque o seu nome naquelalista “dos mais ricos do mundo”!!!
É a Fé que nos faz escancararas portas do nosso ser e cumprir a vontade do Pai!
Esta Fé que nos faz acreditar, viver e cantar em plena praça pública (mesmo sem entender):
«O Senhor faz justiça aos oprimidos, dá pão aos que têm fome e a liberdade aos cativos…
O Senhor ilumina os olhos dos cegos,  levanta os abatidos, o Senhor ama os justos.
O Senhor protege os peregrinos, ampara o órfão e a viúva e entrava o caminho aos pecadores.»

 

A liturgia deste 23º domingo do Tempo Comum, do ano B, assombra-nos com a Boa Nova prometida a Isaías:
«Ele próprio vem salvar-nos». Vem… e salva-nos todos os dias da nossa vida!
Sempre que a desesperança nos provoca a dor de uma doença física…
Sempre que o obstáculo da falta de dinheiro para a concretização dos nossos sonhos,
nos afasta da vontade do Pai…
Sempre que a nossa ambição desmedida mata e aniquila a Criação Divina…
Sempre que o cheiro do mar é insuficiente para nos carregar as baterias…
Sempre que a falta de carinho
nos desperta a vontade de afastarmo-nos da alegria do serviço…
Sempre que a palavra nos sufoca a alma e nos desespera a mente…
Sempre que a loucura se instala no nosso peito e nos faz duvidar
da presença constante do Senhor da vida, em cada um de nós…
Sempre que o mal vence e não somos capazes de o parar!
ELE VEM (suavemente) e faz mais um milagre, pois…
«Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e que os mudos falem». 

 

O Messias, o Jesus, o nosso Salvador, o Deus que já veio, que vem e virá sempre em nosso auxílio,
ao impor-te as Suas Mãos, oferece-te o maior Amor que alguma vez já sentiste e, com toda a doçura,
no segredo da noite, onde não há quem te julgue… cura-te do mal!
Sempre que Tu quiseres… ELE VEM! Basta que Lhe supliques uma única vez e todas as portas permanecerão abertas!
Agora, VAI! Ergue o teu olhar aos Céus, louva o Teu Senhor e… «Efatá»!

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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