«a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz»

Liturgia 10 março 2018  •  Tempo de Leitura: 5

Quando um raio de sol entra pelo nosso quarto escuro, onde descansamos sem ter hora para acordar…
incomoda-nos profundamente!
Ficamos deveras aborrecidos e sentimo-nos injustiçados: “Hoje, podia ter dormido mais uma hora!”
A muito custo levantamo-nos e permanecemos aborrecidos durante todo o dia.
Somos incapazes de agradecer o brilho do dia, o cantar dos pássaros, a alegria de estar vivo…
Preferimos o desencanto e o permanente “carpir”, porque podia ou deveria ter sido diferente e
procuramos nos lugares menos próprios algo que também não nos dá felicidade, para ficarmos alentados!

 

Um segundo de profunda magia num rosto que se quer fechar,
atrasa a chegada da Esperança que quer despertar em mim e em ti
um encontro ocasional com o Senhor da VIDA, com o Senhor da ALEGRIA!
A nossa forma de resolver as situações que vão contra o nosso querer e a nossa vontade é não falar… é fugir!
Voltamos as costas a tudo e a todos que nos interpelam e:
«multiplicamos as nossas infidelidades, imitando os costumes abomináveis das nações pagãs, e
profanamos o templo que o Senhor tinha consagrado para Si em Jerusalém.»
Agora, que vivemos num exílio queremos ser salvos e
ansiamos desesperadamente que o raio de sol nos acorde, queremos cantar e ter alegria, mas…
«Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor em terra estrangeira? 

 

Hoje, neste 4º domingo da Quaresma Jesus vem e tem um diálogo intenso com cada um de nós
que ainda duvida da força das suas obras, dos seus gestos quando corre ao encontro
de quem não quer ver, não quer sentir, não quer ser LUZ.
O Messias diz a Nicodemos (que vem durante a noite para entender o que não tem explicação…)
«Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo,
mas para que o mundo seja salvo por Ele.»
Haverá maior Amor? Haverá outra forma de tocar as Almas de quem sofre?
Haverá melhor caminho para sair do Exílio da Babilónia?

«A salvação não vem de vós: é dom de Deus. Não se deve às obras: ninguém se pode gloriar.»
Aceitar a vontade de Deus e cumprir os Seus desígnios é um caminho pelo qual não é fácil seguir!
Eu faço o bem e agradeço a Deus por me guiar e por fazer de mim Seu instrumento! J
Eu faço o mal! Eu deixo de fazer o bem e tenho de admitir a minha culpa… L
Tudo o que é BOM… não sou eu é Deus que faz em mim!
Esta condição de vida deixa-nos confusos e quantas vezes queremos que a sombra da mentira nos cubra…
queremos anunciar pelos cantos do mundo o quanto somos maravilhosos…
queremos carregar a “cruz dos louros!”, porque é tão bom receber a palmadinha nas costas!

 

Pensemos no relacionamento: Pais e Filhos!
Na verdade, quando os nossos filhos nos dão alegrias pensamos: “Educamos Bem! Missão cumprida!”
Quando os comportamentos dos nossos filhos são menos próprios dizemos:
“O que podemos fazer? Não os vamos amarrar à mesa… Já estamos cansados! Eles são assim…”
Preferimos viver naquela mentira: “Isto é uma fase e vai passar…” e optamos pela estratégia da inércia…
Deus não se descarta da Sua missão de PAI. Ele quer-nos a tempo inteiro e para sempre… vem e acorda-nos!
Este Senhor da Luz ensina-nos que a VIDA é muito mais do que queixumes e fados.
A VIDA é ACREDITAR nesta Salvação que já habita no meio de nós, há mais de 2000 anos… e é preciso vivê-la!
O que esperamos nós? A recompensa? O descanso? A mentira do viver por viver?
«…quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas,
pois são feitas em Deus»

Vem! Deixa que o raio de sol te ilumine o rosto, para que todos vejam a obra maravilhosa que Deus fez de ti!

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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