Entre conflitos e tentações

Liturgia 18 fevereiro 2018  •  Tempo de Leitura: 3

Antes de começar a narrar a atividade profética de Jesus, Marcos nos diz que o Espírito o empurrou para o deserto. Ficou ali quarenta dias, deixando-se tentar por Satanás; vivia entre vermes e os anjos o serviam.

 

Estas breves linhas são um resumo das tentações ou provas básicas vividas por Jesus até a Sua execução na cruz.

 

Jesus não conheceu uma vida fácil nem tranquila. Viveu levado pelo Espírito, mas sentiu na Sua própria carne as forças do mal. Sua entrega apaixonada ao projeto de Deus levou a viver uma existência desgarrada por conflitos e tensões. Dele temos de aprender, nós Seus seguidores, a viver em tempos de prova.

 

“O Espírito empurra Jesus para o deserto”

 

Não o conduz para uma vida cômoda. Leva-O por caminhos de provas, riscos e tentações. Procurar o reino de Deus e a Sua justiça, anunciar Deus sem falseá-Lo, trabalhar por um mundo mais humano é sempre arriscado. Foi para Jesus e será para os Seus seguidores.

 

“Ficou no deserto quarenta dias”

 

O deserto será o cenário pelo que transcorrerá a vida de Jesus. Este lugar inóspito e nada acolhedor é símbolo de provas e dificuldades. O melhor lugar para aprender a viver do essencial, mas também o mais perigoso para quem fica abandonado às suas próprias forças.

 

“Tentado por Satanás”

 

Satanás significa “o adversário, a força hostil a Deus e a quem trabalha pelo Seu reinado. Na tentação descobre-se que há em nós de verdade ou de mentira, de luz ou de trevas, de fidelidade a Deus ou de cumplicidade com a injustiça.

 

Ao longo da Sua vida, Jesus irá manter-se vigilante para descobrir “Satanás” nas circunstâncias mais inesperadas. Um dia rejeitará Pedro com estas palavras: “Afasta-te de mim, Satanás, porque teus pensamentos não são os de Deus”. Os tempos de prova temos de os viver, como Ele, atentos ao que nos pode desviar de Deus.

 

“Vivia entre vermes e os Anjos o serviam”

 

As feras, os seres mais violentos da terra, evocam os perigos que ameaçaram Jesus. Os anjos, os seres mais bondosos da criação, sugerem a proximidade de Deus, que os abençoa, cuida e sustenta. Assim viverá Jesus: defendendo-se de Antipas, a quem chama “raposa”, e procurando na oração da noite a força do Pai.

 

Temos de viver estes tempos difíceis com os olhos fixos em Jesus. É o Espírito de Deus que nos está a empurrar para o deserto. Desta crise sairá um dia uma Igreja mais humana e mais fiel ao Seu Senhor.

Instituto Humanitas Unisinos – IHU

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