AIS: Comunidade cristã no Egito abalada por novo ataque

Notícias 8 junho 2017  •  Tempo de Leitura: 4

O massacre ocorrido há cerca de duas semanas, na província de Minya, é apenas o mais recente ataque contra a comunidade cristã no Egipto. Desta vez foram 29 mortos. Em Abril, outras 45 famílias ficaram enlutadas em dois atentados em Igrejas no Domingo de Ramos. O horror parece não ter limites. Há um mês, o Papa Francisco esteve no Cairo e pediu a Deus que “converta o coração dos terroristas”…

 

Sexta-feira, dia 26 de Maio. Algumas dezenas de cristãos, entre os quais muitas mulheres e crianças, viajam em três pequenos autocarros na província de Minya, no sul do Egipto. Dirigem-se para o mosteiro de São Samuel, a cerca de 135 quilómetros a sul da capital, Cairo. É uma peregrinação. De súbito, surgem alguns veículos, tipo ‘pick-up’ com alguns homens uniformizados. Num instante, saem dos carros e começam aos tiros. É o caos absoluto. Há relatos de que alguns dos passageiros foram forçados a abandonar os autocarros. Obrigando-os a ficar de joelhos, no chão, pediram-lhes que renegassem a sua fé. Ninguém o fez. Foram executados ali mesmo. Os autocarros foram ainda varridos com rajadas de metralhadoras. Pelo menos 29 pessoas morrem neste ataque infame. Homens, mulheres e crianças. As imagens dos autocarros crivados de balas e com manchas de sangue e vidros partidos correm mundo nos noticiários dessa noite. Entre os que morreram, há um bebé com apenas dois anos. Tem sido terrível a vida dos cristãos no Egipto. Recuemos um pouco no tempo. Fevereiro de 2015. O mundo assistiu então, horrorizado, às imagens de um grupo de homens a serem degolados numa praia da Líbia. Estavam todos ajoelhados junto à água. Estavam todos vestidos de cor de laranja, com as mãos amarradas atrás das costas. Antes de serem degolados, alguns destes homens – eram todos cristãos egípcios e a maior parte oriundos da pequena e pobre aldeia de El-Aour – estavam a rezar. Um deles, no instante em que a faca começa a penetrar na pele do pescoço estava a dizer “Jesus”, na derradeira oração antes de entregar toda a sua vida a Deus. 

 

Puro terror

 

Este vídeo, que correu mundo – e que foi editado pelos jihadistas como uma peça de propaganda – é apenas um exemplo da trágica experiência da perseguição aos cristãos no Egipto nos tempos recentes. Nos últimos meses, perderam a vida quase sete dezenas de cristãos só em atentados em igrejas. Os casos mais recentes ocorreram em Abril, no Domingo de Ramos, em dois atentados em igrejas, que mataram 45 cristãos. O anterior ataque foi em Dezembro, quando uma explosão perto da catedral de São Marcos, provocou pelo menos 25 mortos. Há pouco mais de um mês, o Papa Francisco fez uma visita de dois dias ao Cairo, a capital do Egipto. Uma visita em que deixou mensagens de repúdio a toda esta violência, ao terrorismo e ao ódio fundamentalista que colocou os cristãos na mira das armas. Numa das memoráveis frases proferidas durante esta viagem, Francisco disse que “o único extremismo permitido é o da caridade”. Os coptas, como são conhecidos os cristãos do Egipto, representam apenas cerca de 10 por cento da população do país. Eles são atacados nas igrejas, nas suas casas, nos autocarros. Estão indefesos. Estão à mercê dos terroristas, dos extremistas islâmicos. Perante tanta violência, que mais podem os cristãos fazer do que rezar?

Fundação de direito pontifício, a AIS ajuda os cristãos perseguidos e necessitados.

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