AIS: Os 11 de Marmarita

Notícias 31 janeiro 2019  •  Tempo de Leitura: 4

São jovens, jogam à bola e têm mesmo talento para o futebol. No entanto, não é por causa disso que são conhecidos em Marmarita, uma pequena localidade no Vale dos Cristãos que se tornou refúgio de milhares de pessoas fugidas da guerra. Os onze jovens são voluntários da Igreja e estão ao serviço dos mais necessitados. E ali, em Marmarita, não há ninguém que não precise de ajuda…

 

Bem no coração do Vale dos Cristãos, uma região montanhosa da Síria, fica a vila de Marmarita. É uma zona sossegada, tem bons ares e fica perto do Líbano e a pouco mais de uma hora de viagem de Homs. A guerra da Síria, começou em 2011 precisamente em Homs e espalhou-se por todo o país como um rastilho.  Aos poucos, a Síria ficou infestada de violência, dor e morte. Hoje, oito anos depois da guerra na Síria ter começado em Homs, a vida continua quase impossível. Não há trabalho, os bens de primeira necessidade continuam escassos e a vida do dia-a-dia seria impraticável sem a ajuda da Igreja e de instituições como a Fundação AIS. Os 11 jovens de Marmarita são exemplo do que de melhor tem a Síria. Eles coordenam localmente toda a ajuda que é disponibilizada a nível internacional pela Fundação AIS. Elias Jahloum é o responsável pelo Centro de São Pedro, da Igreja greco-católica, por onde tudo passa. Por ali, todos o conhecem por Ili. Recentemente, uma equipa da AIS esteve em Marmarita a acompanhar o trabalho destes jovens. “Ajudar estas pessoas em necessidade – diz Elias – é algo que move os nossos corações. Para mim, é a razão para continuar a viver na Síria … Sou eu que acompanho os doentes ao hospital, que os visito em suas casas…” É Elias e mais dez. São uma equipa quase perfeita.

 

Todos desalojados

 

Os 11 de Marmarita dão apoio directo a cerca de duas mil famílias. São pessoas deslocadas por causa da guerra. Vieram de Homs, de Aleppo, de Damasco. Todas estas famílias dependem da ajuda da Fundação AIS. A equipa de Elias coordena tudo. Nada pode falhar. Há muitas pessoas que dependem disso. Majd Jalhoum é irmã de Elias e, de certa forma, a secretária do Centro. A parte administrativa é com ela. Uma das suas missões é assegurar o aluguer das casas ou dos quartos onde vivem as famílias cristãs. Todos ali são desalojados. Outro dos onze magníficos é Issam Ahwesh. Issam tem 22 anos, estuda engenharia e conseguiu a proeza de praticamente não ter interrompido os estudos apesar da guerra. Este ano, se tudo correr bem, receberá o seu diploma. Entre os 11 jovens voluntários há greco-católicos, sírio-católicos e ortodoxos. São todos cristãos. Quando o trabalho chega ao fim, normalmente já ao princípio da noite, é costume, sempre que o tempo o permite, juntarem-se para jogar à bola. O futebol é para eles também uma paixão. Raha Mallouhi estuda economia em Homs e antes da guerra ter começado chegou a ser jogador federado no Al-Karama, que era então a melhor equipa de toda a Síria. Ali, no Vale dos Cristãos, ninguém tem dúvidas de que aqueles jovens são especiais. São voluntários da Fundação AIS, são o rosto da Igreja, estão ao serviço dos mais necessitados e são, seguramente, a melhor equipa de futebol do mundo…

Fundação de direito pontifício, a AIS ajuda os cristãos perseguidos e necessitados.

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