A Devoção à Imaculada Conceição

Crónicas 8 dezembro 2020  •  Tempo de Leitura: 3

Esta crónica não passa de um pequeno apontamento histórico sobre a Imaculada Conceição que hoje celebramos.

 

Foi a 8 de dezembro de 1854 quando o Papa Pio IX proclamou, através da Bula Ineffabilis Deus,  o dogma da Imaculada Conceição. Maria foi concebida no ventre de sua mãe sem pecado original. O dogma mariano coroou uma verdade de fé que desde muito cedo era querida e vivida pelo povo cristão.

 

Já no século XVI, um dos precursores desta verdade foi um pastor de Bérgamo, proclamado beato a 21 de setembro de 2013. É frei Tomás Acerbis, nascido em Olera em 1563. Aos 17 anos entrou para o convento dos frades Franciscanos capuchinhos de Verona, onde aprendeu a ler e a escrever sumariamente e mais tarde professou como irmão leigo, tornando-se mendigo e pregador. Fez parte das comunidades religiosas de Verona, Vicenza, Rovereto e Pádua. 

 

Em 1619 foi incardinado na nova província dos Capuchinhos do Tirol, com sede em Innsbruck, sempre como pregador mendigo e itinerante. Apesar da sua fraca alfabetização,  a sua fama espalhou -se ao ponto de se tornar conselheiro espiritual de bispos, do arquiduque de Tirol e do imperador Habsburgo, Fernando II da Áustria. 

 

Nos seus escritos transparece a sua devoção a Maria Imaculada. E é neste contexto que promove a construção, na localidade de Volders, no Tirol, nas margens do rio Inn, da primeira igreja em territórios de língua alemã dedicada à Imaculada Conceição, hoje monumento nacional da Áustria. A primeira pedra foi lançada em 1620, mas as obras prolongaram-se, principalmente devido à escassez de meios económicos, até 1654, quando a igreja foi solenemente consagrada, exatamente 200 anos antes da definição dogmática de Pio IX. De facto, os desígnios de Deus são insondáveis.

 

Tomás morreu em Innsbruck a 3 de maio de 1631 com fama de santidade.

 

Transcrevo uma oração deste santo homem à Imaculada Mãe de Deus:

 

«Digníssima Mãe de Deus, de todas as mulheres a preferida.

Sem vós, o que pode a minha alma fazer?

É por isso que recorro à vossa piedade.

Socorrei-me, vosso vil e indigno servo, pronto para dar a vida mil vezes em vossa defesa.

Que isso seja verdade vós o bem sabeis, porque no espelho da divindade o podeis ver.

Aproximai-vos de mim e tocai o meu coração, para que possa receber, no meu amor puro e filial, o vosso Filho Jesus.

Quero amá-lo e servi-lo mais do que foi amado e servido pelos santos.

Ó querida Maria, ó doce Jesus, não te peço o paraíso, a glória, os sabores, as alegrias, mas que enchais o meu coração do vosso puro amor, porque esta é a minha única meta e o meu único paraíso.»

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

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