​As urgências não são o mais importante

Crónicas 17 junho 2017  •  Tempo de Leitura: 2

Neste nosso mundo há crises todos os dias. Soam alarmes por todo o lado. Na sua maioria, as notícias são surpresas negativas que reclamam, de forma ruidosa, por uma resposta imediata e definitiva.


A verdade é outra. Andamos longe do que é importante, porque nos preocupamos em acudir a todas as urgências. O que é importante parece-nos ter uma tal importância que… pode e deve ser tratado depois, com mais calma e de ideias mais arrumadas.

 

Há muitas pessoas que só se motivam quando o prazo final está prestes a chegar. Julgam que as coisas importantes não o são porque... parecem ser adiáveis.

 

Ora, a vida é feita de escolhas e o nosso tempo é limitado. Importa saber o que dizer e o que calar. O que escolher, por pior que possa parecer, e o que desprezar, por melhor que possa parecer.

 

A nossa vida e a dos que nos são próximos segue o seu caminho todos os dias, de forma irreversível. Se decido estar longe de alguém por alguns dias, importa que eu saiba que jamais poderei recuperar esse tempo. Da mesma forma, se nunca arrisco nada e deixo passar sucessivas oportunidades de fazer algo importante por mim ou por alguém… é bom que tenha consciência de que a principal responsabilidade por isso é e será sempre minha.

 

Qualquer momento é bom para rever a ordem das nossas prioridades.

 

Mais, é bom ter um plano B. Uma ideia do que é essencial, cuidando disso com o empenho e assiduidade. Se as urgências se desmoronarem todas numa só noite, não cairemos no abismo da vida absurda.

 

Nenhum homem toma banho duas vezes nas mesmas águas do mesmo rio.

 

É um bom critério tratar apenas do que é importante, desprezando tudo o que não o é, por mais urgente que seja.

 

Talvez o mais importante da nossa vida seja mesmo o que teimamos em adiar.

 

[ilustração de Carlos Ribeiro]

Artigos de opinião publicados no site da Agência Ecclesia e Rádio Renascença.

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