Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria: «Não temas, Maria…»-Ano A

Crónicas 7 dezembro 2019  •  Tempo de Leitura: 5

“Pelos que cederam à tentação do Inimigo e por todos os que vivem em pecado,
para que se arrependam e recebam o perdão…”
A Castidade deve ser vivida e colocada no centro de cada lar Cristão. No centro do peito de cada um de nós!
Quando o Amor é acolhido como semente que cai à terra e cresce lentamente,
tudo o que nos afasta de dar bom e saboroso fruto, morre.
Nasce, sem medo, uma árvore bela e forte que prospera com a Esperança e
afirma-se com uma Fé inabalável na poda dos momentos menos bons, onde reina, eternamente, o perdão.

 

Desde o início da humanidade que somos chamados a viver homem e mulher, olhos nos olhos, unidos…
e com o olhar fixo na mesma direcção.
O que vem para o homem vem para a mulher, porque juntos são um só, e quando a maldade ataca:
«Ouvi o rumor dos vossos passos no jardim e, como estava nu, tive medo e escondi-me».
Não devemos esconder, nem ter medo, nem fugir! Devemos pedir Perdão!
É nesta troca constante de bons sentimentos que a árvore ganha raízes fortes, mais fortes que a morte,
que fazem com que o homem e a mulher sejam um só, na alegria e na dor;
e encontrem a coragem para aceitar o conselho de S. Paulo:
«Acolhei-vos, portanto, uns aos outros, como Cristo vos acolheu, para glória de Deus.»
Esmagam a cabeça da serpente e juntos, a uma só voz, dão graças a Deus pelas Suas maravilhas:
«O Senhor deu a conhecer a salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade em favor da casa de Israel.»

Voltam, juntos, o olhar para o Céu e recomeçam o caminho, com Maria, Nossa Mãe,
com Aquela que é «bendita (…) entre as mulheres» e dá um novo rumo à humanidade.

 

Hoje, no II domingo do Advento, a Mãe vem humildemente e arrebata a Liturgia do Ano A.
Ficamos envolvidos pela candura e a ternura da Menina e Moça, por quem o próprio Deus se enamora.
O Seu exemplo de força e de audácia, perante o desafio do Senhor da Vida:
«Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus.», ainda não há quem o tenha igualado!
Apenas, levanta a questão humana: «Como será isto, se eu não conheço homem?»,
E… Arrisca tudo! Sabe no Seu íntimo que: «…a Deus nada é impossível».
Maria, Nossa Senhora, a Imaculada Conceição,
é poço sem fundo de Castidade, de Fidelidade, de Entrega total, de Amor profundo!

 

Não é por acaso que no dia do Matrimónio consagramos o homem e a mulher
que se desposam (e prometem castidade um ao outro) à protecção da Imaculada!
Precisamos de sentir o perfume de Maria pela nova casa.
Precisamos de escutar todos os: “Fiat no Senhor Teu Deus!” que Maria proclama!
Precisamos de olhar para as horas controversas da história, com a serenidade de Maria!
Precisamos de sair de nós mesmos para nos oferecermos ao outro, à imagem de Maria!
Precisamos do silêncio com que Maria resgata a humanidade do pecado!
Precisamos da Mãe e ponto final!

 

Não te deixes abalar pelo mundo que ainda não saboreou a mesa farta de Amor que Maria Santíssima nos prepara!
Não temas… Também tu és Missão nesta Terra que o Criador quer salvar.
Em ti a semente da Palavra do Pai também germina e dá fruto…
Terás de ser sombra para que os outros se recomponham e avancem na jornada!
Terás de silenciar a tentação, o pecado, a maldade, tudo o que te faça sentir nu… e partir a anunciar o Perdão!

 

Maria é a primeira que acolhe O Verbo. Abre caminhos de Esperança!
A manutenção da estrada tem de ser feita! Vem! Aceita o desafio do Pai!
Juntos, repararemos os corações humanos! Juntos, seremos Amor!

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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