​Políticos de curto prazo

Crónicas 9 junho 2017  •  Tempo de Leitura: 2

No tempo em que se erguiam catedrais, muitos foram os homens que sonharam e trabalharam por algo, mesmo sabendo que nunca o iriam ver terminado. Aceitavam com humildade que o seu próprio valor residia, não neles, mas na grandeza do que construíam. Lutavam pela edificação de uma coisa que só os seus filhos ou netos iriam ver concluído. Sem se preocuparem em tirar outro proveito senão o de saber que haviam feito a sua parte do caminho.


Cabe a cada um dos que têm a responsabilidade de representar a sua comunidade decidir de acordo com o que for melhor para todos. Todos. Os que já são membros ativos e os que hão ser, para com os quais têm o dever de deixar as condições necessárias a que possam viver bem e que, em paz, busquem a sua felicidade e a dos seus vindouros.

 

Pensar apenas em si mesmo e nos seus interesses, ou ter como horizonte apenas a data das próximas eleições devia ser considerado crime.

 

O planeta é a mais bela de todas as catedrais. Temos o dever de não contribuir para a sua destruição, ainda que possamos não chegar a ver o final dessa obra.

 

Os mares, o céu e a terra são dons que temos a obrigação de preservar, mesmo que essa obra não se conclua no tempo dos nossos dias.

 

Quem não se lembra daqueles que nos confiaram o mundo em que vivemos, e não tem presentes aqueles que hão de vir depois de nós, esquece-se de que o mundo é ainda mais deles do que nosso.


[ilustração de Carlos Ribeiro]

Artigos de opinião publicados no site da Agência Ecclesia e Rádio Renascença.

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