XXIII TC: «E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei…? »

Crónicas 8 setembro 2019  •  Tempo de Leitura: 5

Sondar… primeira atitude para verificar se um projeto tem futuro!
Sondagem… quando se pede a opinião a terceiros sobre uma proposta!
Sondador… aquele que investiga se uma sugestão é viável!
Não somos capazes de nos atirarmos de cabeça para um projeto desconhecido.
Precisamos de ter os pés firmes nos objectivos e a certeza total no êxito da proposta.
Temos de entender os prós e os contras, e tudo o que envolve a sugestão que é apresentada.
Quando o fazemos sem pensar, sem hesitar… há apenas um motivo: Amor!
Porque quando se ama… tudo é possível, tudo é ultrapassado, tudo é bom!

 

Quando falamos de sentimentos não podemos utilizar sondagens, nem números.
A ciência do coração é o que possuímos de mais semelhante aos desígnios de Deus, e sem Deus:
«Mal podemos compreender o que está sobre a terra e
com dificuldade encontramos o que temos ao alcance da mão.»
Só a nossa Alma é capaz de sonhar plenamente. A bondade de Deus, nosso Pai, sacia o nosso interior,
porque aceitamos a condição de servos e encontramos a piedade (a graça) nas obras divinas:
«Senhor, tendes sido o nosso refúgio através das gerações.»
Como Espíritos criados livres, cremos que tudo e todos os que vêm ao nosso encontro,
apenas entram na nossa vida, quando respondemos positivamente ao plano que nos é apresentado:
«Mas, sem o teu consentimento, nada quis fazer,
para que a tua boa acção não parecesse forçada, mas feita de livre vontade.»
O nosso Corpo é como a portada de uma janela que abrimos, para que entre a luz da manhã.
Quando permanece fechada, a escuridão invade toda a casa e rapidamente o frio e o medo apodera-se do nosso Ser!

 

Hoje, a liturgia do 23º domingo do Tempo Comum, do ano C, sonda a nossa condição de aceitar os desígnios de Deus!
Apresenta-nos uma proposta radical: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe,
à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo.»
baseada em tudo o que conhecemos sobre o Messias; mas não quer uma resposta dada com a cabeça quente:
«Quem de vós, desejando construir uma torre,
não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la?»
Quer a certeza do nosso Amor pela Cruz, que nos fará vencer a morte…
Quer a Fé desprendida e firme! Quer a Esperança assertiva na Palavra de Deus!
Quer a Paz do nosso: “Sim! Eu quero Ser TEU Discípulo!”

 

A missão que Deus te confia dá-te o entendimento necessário,
(pelo dom do seu Espírito) bem como o fundamento!
Porque teimas em querer compreender… em conquistar certezas absolutas?
Olha o passado… faz de ti Filho muito amado de um Deus misericordioso!
Olha para o futuro como uma doce aventura,
onde a presença do Espírito Santo de Deus é como a fragância de uma rosa pela manhã!
Olha o presente como o DIA em que tudo, o que vem do Senhor, tem de ser aceite,
para que o Passado se revele na força da Fé e o futuro na alegre beleza da Esperança!

 

Mas, neste momento há uma pergunta que paira no ar: “Como sabemos se vem, ou não, de Deus a tal proposta?”
Se a Palavra for boa e provoca alegria… é de Deus!
Se o Gesto for sincero e une o teu coração aos que te rodeiam… é de Deus!
Se o Perdão for alimentado diariamente e te invade com justiça… é de Deus!
Se a Paz for a meta traçada e o caminho está agora a iniciar… é de Deus!
Se a Cruz for erguida na terra com Amor e recarrega o coração com Mansidão… é de Deus!
Abre-te à Luz! Liberta-te de tudo o que te aprisiona! Aceita, sem hesitar, Ser Discípulo do Cristo Jesus!

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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