Papa Francisco e Donald Trump, o «Humanity First».

Crónicas 30 maio 2017  •  Tempo de Leitura: 3

A semana passada ficou marcada pelo encontro entre o Papa Francisco e o presidente americano Donald Trump. Dois lideres tão diferentes. Um busca a paz e a felicidade com verdade, o outro com a "cor" do dinheiro.

 

Senão vejamos: a ilusão do Bush Jr. de "exportar" para o Médio Oriente a democracia ocidental com as armas, já esmoreceu e ninguém acredita; o apoio de Obama à dita "primavera árabe", também já se viu no que deu - instabilidade no Egipto, guerra na Síria, Estado Islâmico...;  o que faz Donald Trump?... Limita-se a vender armas à Arábia Saudita... No seu país, constrói muros, não quer emigrantes,...

 

Pelo contrário, o Papa Francisco, alerta-nos para uma "terceira guerra mundial feita a pedaços". Para o Papa o mundo é todo o planeta habitado pelo ser humano. O mundo é o destino de todos, de um lado ou do outro de cada fronteira. Por isso é que se preocupa com todas as periferias. Não fica "agarrado" a uma visão curta cheia de fronteiras, mas a uma visão ampla onde se constroem pontes.

 

O cristianismo de Francisco é aquele que se distanciou da conceção judaica do "Deus do meu povo" e afirmou-se como o "Deus connosco". Isto é, o Deus de todos os Homens, sem raça, cor ou estrato social. Em vez do "America First" o Papa poderia usar o "Humanity First"! Sim, para o Sumo Pontífice está a humanidade primeiro e não apenas a América.

 

Francisco preocupa-se quer com os cristãos americanos, quer com os do Médio Oriente. No entanto, a força da sua mensagem vai mais além. A sua preocupação está com os milhões de seres humanos expostos a qualquer guerra, com os milhões que passam fome, que imigram à força. Esta preocupação ficou bem evidente na oferta que fez a Trump: A Encíclica "Laudato sii"!

 

Este texto, como já bem conhecemos, é uma defesa da humanidade na sua globalidade. Esta consegue-se, não com o governo de uma superpotência, mas com um multilateral, onde todos constroem o seu futuro preservando as riquezas da Terra. A destruição da natureza conduz à destruição de quem a habita.

 

O Papa não pretende ser o "presidente do mundo", mas a sua capacidade de ouvir e ver, com a Igreja presente em todo o planeta, o gemido de todo o ser humano, obriga-o a uma crítica constante das atuais estratégias, em nome de toda a humanidade e do seu destino.

 

Votos de uma semana edificante.

 

[FOTO: EPA]

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

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