Aceita o amor

Crónicas 18 março 2019  •  Tempo de Leitura: 3

Há uma história por detrás de cada pessoa. Eu sempre escutei que somos a nossa história, que ela determina quem és, quem vais ser e para onde vais evoluir. A verdade é que o percurso de cada um de nós nem sempre é bonito. Cada um de nós tem os seus monstros no armário que não quer mostrar a ninguém. A verdade é que não é a nudez que nos despe, mas sim as nossas cicatrizes e as nossas feridas.

 

Até que um dia li a frase: “Mais importante do que fizeram com você, é o que você vai fazer com o que fizeram de você. Os fatos podem afetar você, mas nada lhe determina. Você é único e livre para ser feliz. O mundo e o passado não lhe definem. Você escreve a sua história. Isso é ser livre de verdade.”(Leo Fraima) Ao encontrá-la a minha vida ganhou outro sentido por compreender que havia em mim, como há em cada um de nós, a possibilidade de ser mais, de ser diferente, de fazer diferente a cada momento ainda que com medo e insegurança.

 

Pelo caminho vais compreendendo a tua essência. Ao descobrir-te vais perceber que não és os teus defeitos porque afinal consegues superá-los. Vais sorrir ao ver que não és os teus medos e inseguranças porque consegues ultrapassá-los. Vais descobrir o que é viver e não sobreviver. Vais descobrir o que é ser livre. Ao caminhar vais perceber o quanto de ti são máscaras de medo e insegurança e o quanto elas te impedem de veres quem és, dos outros verem quem és. À medida que o tempo passa vais percebendo o quanto o medo e a insegurança te impediam de viver, de amar e de ser amado. Aceitas que não são as cicatrizes ou as tuas feridas que definem quem és. És mais que isso. Somos mais que isso. Cada um de nós é mais do que aquilo que a sua história narra. Cada um de nós tem a cada momento a possibilidade de mudar o rumo da história. Basta crer.

 

Basta levantar-se por mãos ao trabalho e fazer acontecer. Basta aceitar que és amada tal e como és. Basta nesta quaresma olhar para a cruz e compreender que foi por mim, foi por ti, foi por cada um de nós. Lembremo-nos que sempre e independentemente das circunstâncias, da profundidade das feridas, da grandeza dos erros e dos nossos defeitos há alguém que nos ama tal e como somos. Aceitemos esse amor. Permitamo-nos ser amados infinitamente. E, mergulhados nesse amor amemos a Deus de volta. Amemos o mundo de volta.

paula ascenção sousa. a minha religião é o amor. cresci católica, descobri-me missionária. acredito e vivo o amor sem rótulos, sem barreiras, para todx. vivo do amor,  por amor e com amor e para amar.

Subscrever Newsletter

Receba os artigos no seu e-mail