IIQ: «Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago…» - Ano C

Crónicas 16 março 2019  •  Tempo de Leitura: 4

Descendência… é o passado que vive no presente!
Descendência… desperta-nos uma alegria intensa de que o amanhã tem gente nossa!
Descendência… dádiva de Deus que nos coloca fogo no peito e nos converte a Alma!
Quem terá a certeza de que não ficará só?
Sem aquele alguém que ama, aquele com quem partilha o bom e o mau…
Cada um de nós, que acredita que é Descendente de um Abraão e irmão d’O Cristo que muito nos ama.

 

Olha para cima e diz o que vês!
Sem medo, sem pensar muito e sem tentar entender se são pontos redondos, quadrados, triangulares…
De dia vês o sol e toda a sua beleza… a sua força é inquestionável nem as nuvens negras o conseguem apagar…
De noite vês a imensidão da escuridão com aqueles ténues luzeiros que nos trazem a Esperança!
É preciso acreditar e ir ao encontro de todos os Povos anunciar o que é a Fé, para que a justiça nasça:
«Abraão acreditou no Senhor, o que lhe foi atribuído como justiça.»

 

Imitar alguém que vem para servir é urgente. Alguém que vem para iluminar e não para ofuscar a luz.
Um modelo de vida que não se quer salvar a si próprio, mas pretende a salvação para o seu semelhante,
que até peca e se isola do Amor, mas é tão filho de Deus como eu e como tu.
«…o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo miserável,
para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso, pelo poder que Ele tem de sujeitar a Si todo o universo.»

 

e… viver aqui é assim: Aceitar ser desta Descendência que nos ama e nos amassa…
que nos faz sofrer e nos faz enternecer… que nos dá compaixão e nos tira o chão!!!
Mas, rapidamente a Palavra envolve-nos e entoamos um Salmo de Fé e Esperança:
«O Senhor é minha luz e salvação: a quem hei-de temer? 
O Senhor é protector da minha vida: de quem hei-de ter medo?»

 

A Liturgia do 2º domingo da Quaresma corta-nos ao meio com uma lâmina fininha de dois gumes!
Define cada um de nós com o que é meu e o que é teu, com o terreno e o celeste,
com o evangelizar e o esquecimento, com o silêncio e o diálogo, com o humano e com o divino,
com o querer estar só e o querer viver rodeado de amor!
Como somos indecisos, meu Deus…
Alguém quer encontrar o caminho correto,
com a ajuda de uma peça fundamental na nossa vida?
«Enquanto orava, alterou-se o aspecto do seu rosto e
as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente.»

 

A Oração é o meio pelo qual convertemos a nossa vida!
Se somos seguidores do Cristo, como podemos não rezar?
Em todos os momentos da sua vida, Jesus falava com o Pai!
Como podemos não querer esse diálogo aberto e sincero com o Deus que nos dá a vida?
Preenchemos o nosso coração com vontades fúteis que nos deixam ancorados no cimo da montanha,
esquecemo-nos que é aqui que nos encontramos com os outros e nos transfiguramos.
Quantas vezes, é preciso uma palavra de amor e um silêncio para partilhar a dor?
Quantas vezes, de quem menos esperamos, recebemos um carinho ou um empurrão que nos faz cair?
Quantas vezes, somos nós quem falha com o outro, e nos isolamos do mundo?

 

Reza… reza muito… A Tua Descendência precisa dos passos que imprimes neste chão.
e… Escuta! Escuta a Palavra de Deus que o Eleito te semeia no peito, naquelas noites que sobes ao Monte Tabor,
para recarregar as baterias, que gastas aqui, com estes teus irmãos, que precisam de ti para sorrir e
para podares a solidão do coração de todos os que permanecem na tenda do isolamento!

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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