VII TC: «Digo-vos a vós que Me escutais…» - Ano C

Crónicas 23 fevereiro 2019  •  Tempo de Leitura: 5

Pecar… é cair, tropeçar na pedra afiada que nos arranha a pele e faz sangrar!
Pecar… é transgredir algo com uma vontade insaciável e com conhecimento de causa!
Pecar… é ofender a sua própria capacidade de se entender e crescer perante qualquer obstáculo que surge!
Baixar os braços perante a dor da indiferença de um abraço…
Ficar parado, porque não há quem decida por onde ir…
Calar a voz de quem sufoca perante a maldade…
Isso é pecar!!! E eu e tu somos uns grandes pecadores…

 

Temos a perspicácia aguçada!
Especialmente, quando surge a oportunidade para que todos sintam o quanto somos importantes e poderosos:
«Deus entregou-te hoje nas mãos o teu inimigo…»
Mas, respondemos: «Não o mates. Quem poderia estender a mão contra o ungido do Senhor e ficar impune?»
e esta sagacidade liberta-nos do mal, da terra, para que em cada um de nós, Jesus, nosso salvador, seja visível:
«O primeiro homem, tirado da terra, é terreno; o segundo homem veio do Céu.»
e nesse: “Não!” encontramos a clemência de Deus, a Sua infinita compaixão e bondade:
«Como o Oriente dista do Ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados; 
como um pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor Se compadece dos que O temem.»

 

Hoje, S. Lucas até nos faz pecar… pela simples condição de colocarmos em causa toda a nossa vida,
e desabarmos num choro aflitivo, ao reconhecermos que somos pecadores inatos e sem salvação.
Como pecamos, meu Deus… como vivemos numa pequenez mesquinha e sem amor…
S. Lucas transforma as Palavras do Mestre em sabedoria pura e em caminho pleno de salvação,
para qualquer um de nós, que seja forte, que seja audaz, que seja aventureiro,
que seja verdadeiramente Filho de Deus.
Esta herança que o Pai nos legou é-nos colocada aos ombros e faz-nos sofrer…
Não! O pecado não é o nosso espólio… mas sim, a condição divina de Ser Baptizado! Que na verdade é alegria pura…
Então, porque não sabemos Amar? Porque é o Amor algo tão remoto no nosso dia-a-dia?

 

Não escutamos a Palavra de Deus!
É muitas vezes, dura e rebuscada; há um pano que a envolve com dúvidas que ressaltam no nosso coração;
tem muitos significados e sentidos variados que nos provocam dor de cabeça…
“Não escutamos a Palavra?! Que afirmação infame… Mas, nós escutamos a Palavra!”
Não fazemos com que a Palavra ganhe vida e saia do papel! É surreal viver assim:
«Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam,
orai por aqueles que vos injuriam. A quem te bater numa face, apresenta-lhe também a outra;
e a quem te levar a capa, deixa-lhe também a túnica.
Dá a todo aquele que te pedir e ao que levar o que é teu, não o reclames.»

 

Fala-se tanto de amor… tantas palavras soltas ao vento sobre a palavra amor e não se sabe o que é AMAR!

Hoje, no 7º domingo do Tempo Comum, do ano C,
Jesus diz tudo o que temos que saber sobre o amor e sobre amar!
(É diferente… O Amor é algo indefinido, mas Amar é ação concreta que nos faz ser o Amor na vida de alguém…)
Ouve com atenção a Boa Nova e deixa de pecar…  de cair…
Lembra-te que Jesus é um apaixonado que nos perdoa sempre, que nos Ama infinitamente!

 

Leva contigo cada letra, de cada palavra e transforma-as em realidade na vida de alguém!
Vive o mote: «Como quereis que os outros vos façam, fazei-lho vós também.»
como se fosse a primeira e a última Missão que tens nesta Terra!

 

E… Ama! Ama ontem, hoje e para todo sempre…
Sem olhar aquém!
Sem saber como!
Sem explicação!
Constrói o Amor… isso basta!

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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