Nas vitórias, lembrar as derrotas

Crónicas 26 maio 2017  •  Tempo de Leitura: 2

Quantos fracassos custa um sucesso?


A vitória, quando se alcança com mérito e de forma justa, é sempre louvável e admirável. Mas vencer e continuar humilde é uma recompensa ainda maior.

Em tempo de êxito, importa concentrarmo-nos nos derrotados:

- Os que, pelo nosso triunfo, foram ultrapassados. Esses merecem o nosso respeito, mais do que nunca. Até porque alguns nos respeitarão mais do que alguma vez os respeitaríamos, se tivessem sido eles a alcançar o lugar de topo.

- Nós mesmos, quando falhamos. Importa refletir de forma profunda sobre o que sentimos, como pensamos nessas ocasiões e reformular essas supostas verdades, pois, tantas vezes, são mentiras que contamos a nós mesmos e nas quais também acreditamos.

- Aqueles que falham repetidas vezes sem perder o entusiasmo. Não deixam de acreditar em si, e só fracassam porque estabelecem metas bem altas, que não desistem de alcançar. E que, de forma verdadeira, honesta e empenhada, recusam baixar as fasquias que se propõem ultrapassar. Esses, apesar das aparências, serão sempre vencedores, talvez ainda mais do que quaisquer outros.

- Há ainda os que se perdem. São derrotados desde o instante em que desistem de lutar, renunciando a si mesmos e aos combates que lhes são possíveis... Perdem, porque se perdem.

Por outro lado, sempre que forem outros a vencer nas lutas em que também entramos, devemos respeitá-los por haverem tido mais talentos e forças, por terem talvez acreditado mais.

Por fim, importa não esquecer jamais que a pior derrota é aquela que se considera definitiva, tal como uma vitória pode ser a pior das derrotas senão se for capaz de a pensar e sentir apenas como um momento passageiro da história.

Os humildes nas vitórias são grandes até nas derrotas.

 

[ilustração de Carlos Ribeiro]

Artigos de opinião publicados no site da Agência Ecclesia e Rádio Renascença.

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