Onde não fores feliz não demores

Crónicas 7 janeiro 2019  •  Tempo de Leitura: 2

Já quis ser muitas coisas. Já quis que os outros fossem muitas coisas. Já perdi muito por medo de permitir mudar por medo de permitir transformar. Ter medo da mudança é ter medo de perder. Diz Will Smith que “se você não está fazendo da vida de alguém algo melhor, você está desperdiçando o seu tempo. Sua vida será melhor quando você fazer da vida de outras pessoas algo melhor.”Mas temos medo de amanhecer. Temos medo de partir dos lugares e das pessoas onde já não nos sentimos felizes, completos e concretizados. Ter medo é humano mas escutá-lo torna-nos desumanos. Faz de nós robots que cumprem normas e não correm o risco e desafio que é viver, amar e ser feliz.

 

Certo dia cansada deste ciclo do medo repeti-me como quem faz um pedido a uma estrela cadente onde não fores feliz não demores.Ao repeti-lo apercebi-me do tempo que investi onde e com quem já não era feliz. Não se trata de desistir sem ter lutado. Trata-se de lutar, lutar e lutar. Trata-se de caminhar, caminhar e caminhar. E ainda assim seguir lutando e caminhando na confiança de que o caminho é por aqui apenas ainda não chegámos à meta e por isso é que ainda não estamos felizes, não somos felizes. Ao olhar-me repetindo-me onde não fores feliz não demores apercebi-me que há muito tempo que já não era feliz apenas adiava, apenas continuava. Nesse momento compreendi a importância de ser feliz no caminho. É preciso ser feliz à medida que caminhamos. Não devemos esperar a felicidade como quem espera o domingo. Devemos procura-la dentro de nós. Devemos olhar-nos, devemos reparar nos nossos passos e procurar-nos e buscar a felicidade dos pequenos gestos.

 

Já não quero ser todas as coisas. Já nem quero ir a todos os sítios do mundo. Já não me deixo revestir do medo. Agora busco o amor. A felicidade é apenas isso caminhar o amor por onde quer que andemos. A felicidade é ousar buscar a felicidade dentro de nós. E recordar-nos em cada momento que onde não formos felizes não demoremos. Há mais mundo. Há mais vida. Há mais amor.

paula ascenção sousa. a minha religião é o amor. cresci católica, descobri-me missionária. acredito e vivo o amor sem rótulos, sem barreiras, para todx. vivo do amor,  por amor e com amor e para amar.

Subscrever Newsletter

Receba os artigos no seu e-mail