II Advento: «…um baptismo de penitência para a remissão dos pecados…»

Crónicas 8 dezembro 2018  •  Tempo de Leitura: 4

Frio… está frio na rua onde o vento sopra violentamente!
Está frio em casa onde a família não sabe dialogar com a boca, e utiliza os dedos no ecrãpara o fazer!
Está frio em mim onde fecho e camuflo a minha condição humana e divina de Filho de Deus!
Está frio… e as cores são fracas e sem cor… andamos entre o preto, o cinza, o branco nublado… sem cor!

 

Ambicionamos um cobertor colorido e quentinho, para quebrar este estado de frio!
Algo que nos faça erguer a cabeça e Ser feliz, novamente.
Exigimos: “Que o inverno termine!” Perguntamos: “Para que serve este tempo?”
Resmungamos: “Que prisão… nem conseguimos sair de casa!”
Esquecemo-nos que o inverno traz consigo a oportunidade de ouro de aconchegar alguém.
O brilho que um sorriso é na escuridão do dia. O verde da Esperança que brota, suavemente, de uma palavra afável.
O sabor intenso do fumo de uma bebida quente, partilhada…

 

Não é por acaso que vivemos neste tempo, o Tempo do Advento…
Esta espera que nos obriga a procurar o sentido certo, para celebrar o nascimento, Daquele que aniquila o inverno!
Esta espera que nos quer Felizes:
«…vê os teus filhos reunidos desde o Poente ao Nascente,
por ordem do Deus Santo, felizes por Deus Se ter LEMBRADO deles.»
Esta espera que nos liberta da infelicidade:
«Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos, como as torrentes do deserto. 
Os que SEMEIAM em lágrimas recolhem com alegria.»
Esta espera que nos indica onde encontramos a Felicidade Plena:
«…que a vossa CARIDADE cresça cada vez mais em ciência e discernimento,
para que possais distinguir o que é melhor e vos torneis puros e irrepreensíveis…»

 

Hoje, a Liturgia do 2º domingo do Advento, caminha no deserto do nosso inverno e
mergulha-nos no Rio Jordão com Palavras de ordem cheias de vigor e de determinação:
«‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas;
endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas;
e toda a criatura VERÁ a salvação de Deus’»

 

Eu quero ver… e Tu?
Se formos os dois seremos MAIS! Seremos fortes… seremos verdadeiros Baptizados!
Esta água que nos limpa o peito e nos rasga o coração oferece-nos um Baptismo como Sinal,
que nos transforma n’O Ser Baptizado no mundo e para o mundo!
Consegues sentir esta água a ferver para aquecer (sem queimar) o teu interior?
Então, AVALIAcada segundo do minuto da hora do teu dia.

 

Diz-me: O que mudaste?
És caminho seguro… és vereda direita…
Diz-me: O que disseste para mudar o cinzento do dia do outro?
És VOZ… és Palavra que tem de Ser vida… de Ser Esperança… de Ser!
Tens forma de homem e de mulher… mas ésFilho de Deus e em Ti a Sua Luz brilha!

 

Não descartes a possibilidade de Ser semente que morre para dar fruto… para Ser Ofruto!
Que sejas alegria na vida de todos os irmãos!
Que sejas Paz… Que sejas Justiça…
Que sejas Calor… Que sejas AMOR para todos!

 

Esta é a Missão do Baptizado:
SER sonho transformado em realidade!
Ser Liberdade para aqueles que, teimosamente,
vivem cativos num inverno rigoroso,
pela falta de Caridade,
com que assumem a sua Missão de SER Baptizados!

 

Vai… e aquece este inverno!

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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