«Jesus sentou-Se em frente da arca do tesouro a observar a multidão…»

Crónicas 10 novembro 2018  •  Tempo de Leitura: 4

Mais…
Eu dei, mas podia dar mais. Eu sou feliz, mas podia ser mais. Eu quero, mas podia querer mais.
Eu acredito, mas podia acreditar mais. Eu amo, mas podia amar mais.
Eu fiz tudo o que podia, mas podia ter feito ainda mais…
Este “MAIS” devia ter mais peso nas decisões quotidianas que cada um de nós assume.

 

A nossa inércia perante o que somos, ou não somos capazes, é de irritar até o mais calmo de todos os Santos…
Ficamos sempre na retranca, com o pensamento negativo e cabisbaixo,
porque julgamos que tudo está consumado e já não há nada mais a fazer, nem a dizer!
É este: «Depois comeremos e esperaremos a morte…»
que temos de combater… devemos agarrar com unhas e dentes todos os momentos que Deus nos dá.
Devemos Ser Palavras de Esperança na vida dos outros:
«Não se esgotará a panela da farinha, nem se esvaziará a almotolia do azeite,
até ao dia em que o Senhor mandar chuva sobre a face da terra».

 

A nossa altivez que arranca uma postura orgulhosa e pomposa afasta-nos de todos os pré-requisitos que Deus expõe.
Somos como fanfarrões que vivem da ilusão de que o (pouco) que fizeram e disseram, já foi muito…
e caímos na esparrela de que não há quem faça melhor do que nós; não há quem seja tão bom quanto nós!
A lembrança do Cristo que «…manifestou-Se uma só vez, na plenitude dos tempos,
para destruir o pecado pelo sacrifício de Si mesmo.»
já não faz eco no nosso coração.

 

O pouco que damos (normalmente monetariamente) enche-nos o peito e o ego, mas não há moeda de troca…
A salvação não vem até nós como um “Toma lá! Dá cá!”.
É preciso Ser imagem do Messias no mundo e dar sempre aquele bocadinho: “MAIS”!
Mas, hoje em dia, não é de fácil discernimento a certeza de que estamos no caminho certo,
no relacionamento certo com a Palavra: “MAIS!”.

 

Hoje, a liturgia do 32º domingo do Tempo Comum, do Ano B pede-nos “MAIS”…
Mas, mais o quê? - perguntamos dignamente!
A Igreja envia um GPS, em forma de Biblioteca com 73 livros, em nosso auxílio… e pede-nos “MAIS!”:
Mais Libertação: «O Senhor ilumina os olhos do cego…»Vê quem precisa de ti!
Mais Atitude: «O Senhor levanta os abatidos…»Vai ter com quem precisa de ti!
Mais Partilha: «O Senhor ama os justos…»Ama quem precisa de ti!
Então, alguém irá olhar para ti e dirá:
«…na sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver».

 

É a condição do mundo que habitamos que nos faz temer este gesto tão humilde e arrebatador do “DAR tudo”!
Não fazemos da “Providência Divina” a nossa bandeira.
Não “levamos no peito todo o mundo de Esperança”no Senhor que dá tudo e
cada vez “MAIS e MAIS” a cada um de nós, para que nunca nos falte o Pão!
Aquele Pão que nos sacia eternamente, que nos faz borboletas na barriga e nos dá fome de “Dar MAIS”!
Eu quero desse Pão… e tu?

 

Ingredientes para o “Pão”:
Mãos Abertas!
Olhos Vigilantes!
Ouvidos sinceros!
Pés Firmes!
Abraços Livres!
Palavras Belas!
Coração ao Alto!
Mente Esperançosa!

 

A quantidade de cada ingrediente é Q.B.!
O ideal é misturar tudo com Amor e Paz.
Sem colher de pau, nem batedeira… Apenas com tudo aquilo que és e dás!

 

Vai! Vai e Dá MAIS… para que nunca te falte o Pão!

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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