O bem une, o mal separa

Crónicas 14 setembro 2018  •  Tempo de Leitura: 3

Uma das estratégias mais antigas e eficazes para conseguir destruir uma família, uma instituição ou mesmo um povo, é a divisão.

 

Criar ruturas internas, colocando uns contra outros, permite aos narcisistas assumir o poder, uma vez que não o conseguiriam alcançar de outra forma.

 

A união, que é uma força capaz de grandes feitos, quando quebrada, abre muito espaço para que o mal entre, se instale e se multiplique.

 

Há quem domine os outros baseando a sua atuação apenas no princípio de criar e alimentar rivalidades.

 

Entre duas pessoas, é comum que uma tente afastar a outra dos que estão com ela. Uma manobra para ganhar força através do enfraquecimento alheio. Outros, em vez de se aperfeiçoarem a si próprios, preferem degradar o outro e, assim, de forma estranha e perversa, ficam a sentir-se melhor…

 

Em grandes instituições, o declínio e a destruição começam sempre por uma pequena fenda que, à semelhança de um grande navio, se não for reparada de imediato, pode tornar-se irrecuperável.

 

Importa estarmos bem atentos ao que procura dividir-nos. A hora em que o espírito da divisão ataca é o preciso momento de nos unirmos ainda mais, a fim de nos mantermos juntos.

 

O mal não usa a força, não empurra, seduz-nos e, depois, leva-nos pela mão para onde nos promete ser o paraíso. A nossa liberdade é uma força, é livre e inviolável.

 

Somos diferentes. Somos únicos. Isso é bom. Muito bom. A partir daqui podemos optar por aceitar a convivência como uma guerra ou como uma excelente forma de nos enriquecermos uns aos outros. Aquilo que nos outros é diferente de mim não é um defeito, pode muito bem ser uma virtude que posso e devo aprender.

 

Uma pessoa também se pode dividir a si mesma. Importa aprender a relacionarmo-nos connosco mesmos de forma benevolente, aceitando-nos e procurando a harmonia. Quantas vezes a escolha interior da paz não é um golpe fatal na vontade da guerra?

 

Não deixes que a vontade de ir à frente te seduza, nem temas ficar para trás…

 

Por mais lento que seja o teu passo, encontrarás sempre muitas pessoas que até te podem amar sem que tu as ames a elas. Procura ser um, com todos, sem receio da diferença nem do encontro.

 

Faz o teu caminho e ama. Sê inteiro e procura o bem do outro, porque é amando que se é feliz, apesar de todos os sofrimentos a que isso obriga.

Artigos de opinião publicados no site da Agência Ecclesia e Rádio Renascença.

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