É pelo amor que vamos

Crónicas 2 julho 2018  •  Tempo de Leitura: 3

Quantas vidas cabem numa só vida? Quantos mares desbravaram? Quantas grutas e cavernas interiores? Quantos monstros? Quantos adamastores enfrentaram? Quantos finais choraram? Quantas dores? Quanta fragilidade? Defino-me por muitas coisas. Chamo-me por um nome. Sou uma história. Mas que importa tudo isso quando sofremos? Que importa tudo isso quando o sofrimento e a dor parecem não mais ter fim?

 

Estar em missão é por vezes deixar os planos e em cada novo dia encontrar uma possibilidade de ver a Deus. Estar em missão ser ver que não há sitia mais longínquo, lugar mais escondido onde não chegue o amor de Deus. É sentir que não há onde ocultar-nos do amor de Deus. É sentir que não temos nem podemos escapar a esse amor. Ninguém pode. Podemos mudar-lhe o nome. Podemos nem dizê-lo. Mas ninguém foge ao amor. A estrada da vida por vezes é cruel faz-nos rasteiras atrás de rasteiras. Tanta que por vezes nem sabemos como levantar-nos. Mas ainda assim o amor habita-nos. Ainda assim habitamos no amor.

 

Estar em missão é abraçar e querer retirar o sofrimento é rezar para que a dor acalme e passe. É beijar a fronte uma e outra vez, repetidas vezes, confiando que como me repetia a minha mãe quando era criança, que o amor cura e que os beijinhos e abraços também. Estar em missão é acreditar em milagres é acreditar no milagre que é o amor de Deus em cada um de nós. É entregar-me. É deixar Deus fazer de mim instrumentar. É ser d’Ele. É ver a Deus na dor, no sofrimento, nos desertos e infernos da vida. Estar em missão é confiar na providência divina. Vê-la nos abraços que curam, nas orações que confortam e nas palavras que acariciam o coração.

 

Estar em missão é experimentar todos os dias que o amor cura. É olhar para trás na nossa vida e na nossa história e saber que as histórias da nossa mãe eram verdade porque o amor é verdade. Estar em missão é saber reconhecer todos os dias que é pelo amor que vamos, que é pelo amor que somos e pelo amor que todos, mesmo todos, somos salvos. Estar em missão é saber que um abraço, um beijo e uma palavra não são somente um abraço, um beijo e uma palavra são por vezes o amor a salvar-te, a salvar-me, a salvar-nos. Gestos não são mais gestos mas instrumentos de Deus para chegar às pessoas. não sou eu, é Ele em mim.

paula ascenção sousa. a minha religião é o amor. cresci católica, descobri-me missionária. acredito e vivo o amor sem rótulos, sem barreiras, para todx. vivo do amor,  por amor e com amor e para amar.

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