Deus da alegria

Crónicas 15 junho 2018  •  Tempo de Leitura: 3

Por vezes parece que proclamamos um Deus da morte. Andamos de cabisbaixo. Os nossos cânticos não espelham alegria alguma e quando saímos da Eucaristia parece que fomos buscar um peso ainda maior para as nossas vidas em vez de renovarmos a esperança n'Aquele que tudo pode.
E, caros amigos, nisto os ateus têm toda a razão: "Como podem proclamar o vosso Deus e a Ressurreição sem alegria?". 
Fazemos da nossa fé algo que não nos é pedido por Ele. Acreditamos que para se ter muita fé é preciso sofrer ou ser-se muito rígido na hora da celebração, pois só assim é que há dignidade. Achamos que é preciso bater muitas vezes com a mão no peito, porque não há outra forma de estar diante do Senhor. Ainda está muito presente a ideia de que "quem tem muito riso tem pouco siso", mas se assim fosse como poderia Jesus ter cativado milhares e milhares de pessoas? Se assim fosse, como poderiam as crianças gostar d'Ele? 
Aposto que as crianças corriam e andavam à Sua volta não por ser "tudo à grande", mas por ter uma atitude e uma presença simpática, de quem ri e sorri quando o ambiente assim lhe pede e que chora e abraça quando é necessário. 
Assim sendo, não podemos fazer da nossa fé um verdadeiro fardo, nem muito menos transmitirmos isso para o mundo. A nossa fé cristã deve ser sinal de esperança e de alegria. Deve ser fonte de água viva. Deve ser fonte de vida!
Deve dar esperança por sabermos que não caminhamos sós e deve espalhar a alegria, por termos a certeza de que a vida será sempre muito mais do que aquilo que vemos. 
O nosso Deus é um Deus da alegria. Duvidam disso? Olhem para toda a nossa humanidade e vejam se a nossa própria criação não é verdadeiro sinal do Seu sentido de humor. 
Deus não chora apenas. Deus também ri. E porquê? Porque Deus estando verdadeiramente nunca pode ficar indiferente a qualquer situação.  
Tenhamos a audácia de espalharmos a alegria de um Deus que ama infinitamente e que nos fez somente para a felicidade. Desmanchemos a ideia de um Deus ditador, que apela ao sofrimento e que olha somente para os bonzinhos.
Deus está em tudo e em todos.
O meu Deus, revelado em Jesus Cristo, é um Deus de alegria manifestada num amor cheio de euforia! 

Nasceu em 1994. Mestre em Psicologia da Educação e do Desenvolvimento Humano. Psicólogo no Gabinete de Atendimento e Apoio ao Estudante e Coordenador da Pastoral Universitária da Escola Superior de Saúde de Santa Maria. Autor da página ©️Pray to Love, onde desbrava um caminho de encontro consigo mesmo, com o outro e com Deus.

 

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