Partilha o que és. Partilha quanto és.

Crónicas 11 junho 2018  •  Tempo de Leitura: 3

Para muitos talvez seja normal partilhar os seus dons. Para mim não. Sempre tive medo de não ser boa o suficiente, de o que sou não chegar. Há um ano mandei lixar o medo uma vez mais, tentei e enviei um email. O email não mudou nada. Não escrevo mais apenas ouso partilhá-lo. Apenas permito que os meus textos sigam o seu curso até ao mar. Apenas me cansei que o medo me fosse barragem.

 

Quantas vezes, por medo, nos impedimos de tentar fazer algo mais? Quantas vezes não nos achamos bons? Pensamos demasiadas vezes no resultado. Pensamos demasiado nos outros. Valorizamos demasiado o mundo quando tudo o que devemos pensar é em Deus. Desapegar-nos. É importante partilhar o que somos com o mundo. É importante servir o mundo com os nossos dons, com aquilo que te faz feliz. Que te faz feliz? Fá-lo. Não tenhas medo de o partilhar, não tens medo de mostrar os teus dons. Mostrar os nossos dons é confiar que há um caminho de bondade do qual todos fazemos parte. Todos temos algo a receber e todos temos algo a dar. Por quanto tempo vais guardar mais teu talento na gaveta?

 

Há uma frase de santo Inácio de Loyola está na minha mente nestes momentos: “Ore como se tudo dependesse de Deus e trabalhe como tudo dependesse de você”. Sou e faço tudo como senão existisse Deus, e entrego tudo o que sou, todos os meus dons e todo o meu trabalho como senão tivesse feito nada. Despojo-me. Entrego-me à providência. Depois de o ter feito não me preocupo mais apenas permito que Deus atue e o trabalho siga o seu rumo.

 

Numa formação disseram-me algo que me ficou gravado no coração até hoje: “Deus precisa que cuidemos dele”. Fiquei admirada como é que Deus, sendo Deus, precisava que cuidássemos dele. Perguntei-me como é que cada um de nós com a nossa humanidade poderia fazê-lo. Depois compreendi. Senão falarmos de Deus, senão evangelizarmos como saberá o mundo que Deus o ama? Deus está em todos nós, em todos os lugares do mundo e em todas a periferias. Mas o que acontece se nós não o lembrarmos a cada uma dessas pessoas que Deus as ama infinitamente? Lembremo-nos que: “Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada.”. Deus precisa que partilhemos o que somos. A nossa melhor forma de amar a Deus e ao mundo é partilharmos o nosso talento.

paula ascenção sousa. a minha religião é o amor. cresci católica, descobri-me missionária. acredito e vivo o amor sem rótulos, sem barreiras, para todx. vivo do amor,  por amor e com amor e para amar.

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