TRINDADE: «Quando O viram, adoraram-n’O!»

Crónicas 26 maio 2018  •  Tempo de Leitura: 5

O galo irá cantar dentro de momentos.
Um novo dia se levanta e uma nova oportunidade para construir um mundo melhor,
é-nos “servida” por um simples animal que possui asas e não voa…
que canta, mas não fala… que usa uma crista e não é rei… que tem penas, mas não chora!
É um místico bichito que habita no cimo do catavento,
que adorna a torre da igreja, que nos indica o Norte,
para descobrimos o rumo certo que devemos seguir!
Passo a passo, o tempo escasseia pelas nossas mãos
quando olhamos para o passado, sentimos que o importante é olhar em frente e,
firmar os pés no presente, ao som do galo que nos traz o alento!
Esta força, esta alegria de ser Cristão, este sentido sempre presente, de que ir em frente,
nos traz o arrependimento e de que a vida é amor, é paz, é perdão!

 

A escuridão assusta-nos e o nosso coração estremece, quando as trevas não têm fim.
Pedimos que o sol nasça rapidamente. Que venha o dia e que tudo seja visível.
Que o entendimento abra a nossa mente e que a sabedoria crie em nós um Espírito firme na Fé.
Mas, é na noite fechada que a ténue luz se transforma no maior sinal divino.
Durante, e com o dia, chegam os ruídos que nos ensurdecem, as cores que nos confundem,
os incessantes apelos que nos afastam da casa do Pai e os impulsos que nos transtornam…

 

Hoje, a liturgia desta Solenidade da Santíssima Trindade, do ano B, traz Esperança!
Esperança que celebramos num Deus que é infinito no Amor…
«Que povo escutou como tu a voz de Deus a falar do meio do fogo e continuou a viver?»
Esperança que celebramos num Deus que nos guia na Paz…
«Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.»
Esperança que celebramos num Deus que nos dá a verdadeira Vida…
«Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,»
É urgente celebrar este Deus Trino…
Esta«palavra do Senhor que criou os céus!» Este«sopro da sua boca que os adornou.»
Este Senhor que«disse e tudo foi feito… Ele mandou e tudo foi criado.»

 

Ergue uma rosa-dos-ventos no teu epicentro e aceita a sua capacidade de ser instrumento.
Aprende que o Norte é onde queremos chegar… O Sul é o ponto de partida…
O Este é onde nascemos e o Oeste onde repousamos!
Quatro pontos distintos que habitam em ti… que és tu!
O Sul é o Espírito Santo que sentes a iluminar-te, a sussurrar-te, a impulsionar-te para a frente.
(Quando a luz está virada para ti… encandeia-te e não te guia. A verdadeira luz reside nas tuas costas.)
O Este é o Filho que te deu a vida. É Quem te dá o calor do sol e Quem te faz rejubilar com o dia.
(Raros são os que assistem ao nascer do sol… Mas é um momento belo que transparece com cores suaves.
A prova de que existiu, é o dia que entra pelas janelas da nossa casa
e oferece-nos uma enorme vontade de nos levantarmos!)
O Oeste é o Pai que te acolhe, que te protege e que te dá o descanso no final de um dia árduo.
(Ver um pôr-do-sol é um dos melhores e mais relaxantes minutos do dia. Todos temos a oportunidade de o ver,
mas são raros os que param, em frente ao mar, para o contemplar e para agradecer o dia que já finda!)
O Norte és tu… com os teus medos e dúvidas, mas com o anseio de felicidade plena!
(Os 3 pontinhos cardeais mais pequeninosunem-se para que o Norte brilhe e para que o Rumo se faça.
Mas, a verdade é que sem o Sul, o Este e o Oeste o Norte não teria sentido…)

 

Deixa que o galo cante no teu coração… Ajoelha-te… e antes que o sol nasça, ou antes que o sol se deite,
faz ecoar este perfume no teu peito: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo…

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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