"Só se conhece de joelhos."

Ermes Ronchi - As inquietantes perguntas do Evangelho

Jesus conhecia tão bem esta afirmação. Conheci-a tão, mas tão bem que não tinha receio de a colocar em prática. Ele bem sabia como se devia chegar até ao outro. Ele sabia como se apanhava um olhar e um suspiro. Ele sabia como se contemplava cada rosto e cada lágrima. Ele sabia como se guardava um sorriso e uma verdadeira gargalhada. 

Jesus tinha todo o conhecimento sobre o ser humano, porque não se afastava de ninguém. Jesus chegava bem de perto, mas não bastava chegar por chegar. Isso não era suficiente para Ele. Tinha de se colocar ao mesmo nível. Tinha de encontrar a linha que unisse a Sua vida com aqueles que se cruzavam com Ele. E não existe união quando nos colocamos em diferentes patamares.

É Jesus, o Deus encarnado, que nos mostra que não se tem conhecimento do outro através de julgamentos, de afastamentos e de meias verdades. É a Luz do Mundo que nos vem mostrar como é que se ilumina a vida daqueles e daquelas que anseiam por alguém que lhes aceite na sua condição. É o Filho muito amado que dá a conhecer a verdadeira fórmula do amor. 

É de joelhos que se desarma qualquer tipo de poder ou de glória. É de joelhos que se chega ao céu. É de joelhos que se toca neste Reino prometido. Não em jeito de penitência, de sofrimento ou de promessas. 

A Igreja dos nossos dias deve estar de joelhos para o Mundo, para conhecer e reconhecer os verdadeiros problemas do Homem. A Igreja dos nossos dias deve estar de joelhos para o Mundo, para fazer chegar o "odor de Deus" a todos. A Igreja dos nossos dias deve estar de joelhos para o Mundo, para não voltar a cair no erro de saber muito mais de doutrina do que do amor de Deus. 

A Igreja dos nossos dias deve estar de joelhos para o Mundo, para que conheça bem de perto as feridas abertas que permanecem no coração de cada homem e mulher.