Papa Francisco: o reformador

Crónicas 29 dezembro 2017  •  Tempo de Leitura: 4

"Quem sou eu para julgar?"

Papa Francisco

 

Desde 13 de Março de 2013 que a Igreja Católica Apostólica e Romana nunca mais foi a mesma.

Chegava ao pontificado o Cardeal Jorge Mario Bergoglio e logo após à sua eleição, na primeira aparição pública, demonstrou uma simplicidade única e arrebatadora. Apareceu sorrindo naturalmente, com uma cruz de prata e com uma voz meiga que lhe é tão característica. E nas suas primeiras palavras, dirigidas aos fiéis de todo o mundo, pediu que rezassem por ele, como se fosse adivinhando a dificuldade que teria para "abalar" uma cúria romana revestida de tudo o que existe no mundo, mas sem terem Jesus Cristo no centro das suas vidas. 

Começava então a verdadeira reforma dentro da Igreja. As riquezas a que este Papa tinha acesso por direito, negou-as como forma de humildade e de verdadeiro serviço para com o mundo. Deu, assim, os primeiros sinais de uma Nova Era. 

Fez-se próximo daqueles que mais sofrem. Não se deixou ficar pelas palavras, nem se deixou levar pelo estatuto. 

Jorge Mario Bergoglio, olha, toca, beija e fala simples com todos aqueles que se cruzam no seu caminho.

Não tem medo de dizer o que quer que seja. Coloca o dedo nas verdadeiras feridas da Igreja Católica e não teme em pedir perdão por todas as falhas cometidas por padres, bispos e cardeais. 

Jorge Mario Bergoglio tornou-se no verdadeiro "médico" de uma Igreja que tem de ser um verdadeiro "hospital". Deixou moralismos de parte e passou a olhar para os homens e mulheres deste mundo como verdadeiras pessoas. 

Jorge Mario Bergoglio, usando toda a sua experiência de vida, conseguiu levar à Igreja a humanidade que deveria ser reconhecida por crentes e não crentes. 

Abriu as portas a todos, para que deste jeito os católicos fossem reconhecidos como aqueles que curam e não como aqueles que condenam. 

Ele é a verdadeira imagem deste Jesus Cristo que proclamamos: atento, próximo e acolhedor. 

E esta igreja de Deus, tomada pelo poder e pela religiosidade, vai ignorando as verdadeiras necessidades de todos os homens e mulheres. 

Com o Papa Francisco a Igreja desceu à terra para mostrar o céu. Contudo os donos do poder, envenenados pelo fundamentalismo, vão criticando as suas medidas com medo de perderem as suas riquezas e de que sejam reveladas as suas maiores falhas. 

Esta Igreja Santa, mas dirigida por pecadores, tem como papel acolher todos, mas não tudo. 

Esta Igreja Santa, vivendo neste mundo, tem como obrigação sair às periferias para perceber o verdadeiro sofrimento humano.

Esta Igreja Santa, vivendo neste mundo, tem como obrigação deixar egos e paramentos principescos para se fazer humilde serva. 

Esta Igreja Santa deve ser de todos aqueles que quiserem, na sua humildade, fazer caminho em direção ao Pai do Céu.  

Esta Igreja Santa, olhando para o Papa Francisco, tem de entender, de uma vez por todas, que tem de ser pobre de meios e rica em amor. E este amor só pode surgir se todos forem capazes de serem verdadeiros testemunhos de um Jesus Cristo que salva sempre todos, independentemente do estatuto social, da cor da pele ou da orientação sexual.

 

Espero do fundo do coração que neste ano 2018 tenham muitos momentos repletos de amor, paz e saúde.

Um Feliz Ano Novo para todos os "iMissianos".

Nasceu em 1994. Mestre em Psicologia da Educação e do Desenvolvimento Humano. Psicólogo no Gabinete de Atendimento e Apoio ao Estudante e Coordenador da Pastoral Universitária da Escola Superior de Saúde de Santa Maria. Autor da página ©️Pray to Love, onde desbrava um caminho de encontro consigo mesmo, com o outro e com Deus.

 

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