Audiência Geral: Paraíso, a meta da nossa esperança

Vaticano 26 outubro 2017  •  Tempo de Leitura: 4

Destino paraíso: na audiência geral de quarta-feira 25 de outubro, o Papa concluiu o ciclo das reflexões dedicadas ao tema da esperança cristã, relido à luz da Escritura, falando aos fiéis presentes na praça de São Pedro sobre a meta final da existência. E a tal propósito frisou com força que «o paraíso não é um lugar de fábula e nem sequer um jardim encantado», mas «é o abraço com Deus, amor infinito», no qual se entra «graças a Jesus, que morreu na cruz por nós». Com efeito, explicou, onde está Jesus há «misericórdia e felicidade», enquanto sem Ele há «frio e trevas».

 

«O paraíso, meta da nossa esperança» foi o fio condutor da 38ª e última catequese sobre este tema, centrada no famoso trecho do Evangelho de Lucas que narra o diálogo entre Cristo crucificado e o bom ladrão (23, 33.38-43). O Pontífice inspirou-se na constatação de que “paraíso” «é uma das últimas palavras proferidas por Jesus», através das quais «chega ao extremo da sua encarnação, da sua solidariedade com nós, pecadores». Com efeito, realçou, «o último encontro» de Cristo é «com um pecador, para abrir também a ele as portas do seu reino». E isto é considerado por Francisco deveras “interessante” juntamente com o facto de que neste momento «é a única vez que a palavra “paraíso” aparece nos evangelhos». E, acrescentou, «Jesus promete-o a um “pobre coitado” que no madeiro da cruz teve a coragem de lhe dirigir o pedido mais humilde. Não tinha obras de bem para fazer valer, nada tinha mas confiava em Jesus, a quem reconhece inocente, bom, diferente dele».

 

Eis então, esclareceu o Papa, que «o bom ladrão nos recorda a nossa verdadeira condição diante de Deus: que somos seus filhos, que ele sente compaixão por nós» e «que fica desarmado todas as vezes que lhe manifestamos a nostalgia do seu amor». Um autêntico “milagre” que se repete inúmeras vezes, por exemplo «nos quartos de muitos hospitais ou nas celas das prisões: não há pessoa, por mais que tenha vivido mal, à qual só lhe resta o desespero e é proibida a graça. Perante Deus apresentamo-nos todos de mãos vazias. E cada vez que um homem, fazendo o último exame de consciência da sua vida, descobre que as faltas superam em grande medida as obras de bem, não deve desanimar, mas confiar na misericórdia» divina. Porquê? A resposta é clara: «Deus é Pai, e até ao fim espera o nosso retorno».

 

Por isso, concluiu, na hora da morte o cristão repete a Jesus: “Recorda-te de mim”. E mesmo se não houvesse mais ninguém que se recorda de nós, Jesus está ali, ao nosso lado. Quer levar-nos para o lugar mais bonito que existe. Deseja conduzir-nos para ali com o pouco ou o muito bem que houve na nossa vida, para que nada se perca daquilo que Ele já tinha remido. E para a casa do Pai levará também tudo o que em nós ainda precisa de resgate: as faltas e os erros de uma vida inteira». Por isso, «se crermos nisto, a morte deixará de nos assustar».

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