Missa em Santa Marta: 3 características para ser um bom pastor

Vaticano 22 junho 2017  •  Tempo de Leitura: 4

Na homilia da Missa celebrada na manhã de hoje na Casa Santa Marta, ao citar o exemplo de São Paulo, o Papa Francisco explicou três características que os sacerdotes devem ter para serem realmente bons pastores.

 

1. É apaixonado

Depois de destacar que “o Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas” e que as não abandona como se fosse “um mercenário”, o Santo Padre disse que a primeira característica é ser apaixonado, “a ponto de dizer à sua gente, ao seu povo: ‘Sinto por vós um amor ciumento semelhante ao amor divino’”.

 

“E esta é aquela característica que nós chamamos de zelo apostólico: não se pode ser um verdadeiro pastor sem este fogo por dentro”, disse o Pontífice em sua reflexão extraída da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios.

 

2. Sabe discernir

Um pastor, continuou, é “um homem que sabe discernir”. “Sabe que na vida tem a sedução. O pai da mentira é um sedutor. O pastor, não. O pastor ama. Ama. Ao invés, a serpente, o pai da mentira, é um sedutor. É um sedutor que tenta afastar da fidelidade, porque aquele ciúme divino de Paulo era para levar o povo a um único esposo, para manter o povo na fidelidade ao seu esposo”.

 

“Na história da salvação – continuou –, nas Escrituras, muitas vezes encontramos o afastamento de Deus, as infidelidades ao Senhor, a idolatria, como se fossem uma infidelidade matrimonial”.

 

O pastor, então, sabe “discernir onde existem perigos, onde estão as graças… onde está a verdadeira estrada”. “Sempre acompanha as ovelhas: nos momentos belos e também nos momentos difíceis, inclusive nos momentos da sedução, com a paciência os leva ao redil”.

 

3. A capacidade de denunciar

O Papa Francisco explicou que “um apóstolo não pode ser ingênuo” e deve saber “condenar e dizer ‘isso não’, como os pais dizem ao filho quando começa a engatinhar e vai na tomada para colocar o dedo: ‘Não, isso não! É perigoso!’. Mas me veem à mente tantas vezes aquele ‘tuca nen’ (não toque em nada) que os meus pais e avós me diziam naqueles momentos em que havia um perigo”.

 

O Bom Pastor sabe denunciar, “com nome e sobrenome”, disse o Papa e em seguida recordou a sua recente visita ao norte da Itália, onde rezou diante dos túmulos de dois sacerdotes do século XX.

 

Recordando um deles, o Pe. Lorenzo Milani, o Santo Padre se referiu ao seu lema quando ensinava aos jovens: “I care. Mas o que significa? Explicaram-me que, com isso, ele queria dizer ‘eu me importo’. O sacerdote ensina que as coisas deveriam ser levadas a sério, contra o slogan daquele tempo que era ‘eu não me importo’, mas disse em outra linguagem, que eu não ouso dizer aqui. E assim ensinava os jovens a irem avante”.

 

Também é necessário, prosseguiu, saber denunciar “o que vai contra a sua vida”. E muitas vezes, disse, “perdemos esta capacidade de condenar e queremos levar avante as ovelhas um pouco com aquela ‘bondade’ que não é ingênua”, mas faz mal. Aquela “bondade” para atrair a admiração ou o amor dos fiéis “deixando que façam”.

 

O Papa Francisco concluiu com uma oração “por todos os pastores da Igreja, para que São Paulo interceda diante do Senhor, para que todos nós pastores possamos ter essas três característica para servir o Senhor”.

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