Missa em Santa Marta: «Se a oração não é corajosa, não é cristã»

Vaticano 13 janeiro 2018  •  Tempo de Leitura: 3

Audácia, arrojo e ousadia são algumas das palavras que caminham a par com a oração, que mais do que descomprometida e distraidamente recitar fórmulas ou dizer palavras, exige entrega total, segundo o papa.

 

«Se a oração não é corajosa, não é cristã», frisou hoje o papa, na missa a que presidiu, no Vaticano: coragem «para desafiar o Senhor», coragem para se «colocar em jogo», mesmo que não se obtenha logo o que se pede, porque na «oração joga-se forte».

 

Francisco lembrou as narrativas dos Evangelhos proclamadas nas missas desta quinta e sexta-feira, onde são descritas duas curas feitas por Jesus.

 

«Sempre, quando nos aproximamos do Senhor para pedir alguma coisa, deve partir-se da fé e fazê-lo na fé: “Eu tenho fé de que Tu me podes curar, eu creio que Tu podes fazer isto”, e ter a coragem de do desafiar, como o leproso de ontem, este paralítico de hoje. A oração na fé», assinalou.

 

No Evangelho das missas de hoje (Marcos 2, 1-12), um paralítico só pôde chegar à presença de Jesus depois de os seus amigos o terem descido pelo teto da casa, o que evoca a dificuldade que por vezes existe em chegar perto de Deus, e no entanto «a vontade faz encontrar uma solução»; faz «ir para além das dificuldades», disse o papa.

 

«Coragem para lutar para chegar ao Senhor. Coragem para ter fé, de início – “Se Tu quiseres, podes curar-me. Se Tu quiseres, eu creio”. E coragem para me aproximar do Senhor quando há dificuldades», prosseguiu Francisco.

 

Em vez de se rezar como «papagaios» e sem «interesse» no que se pede a Deus, a atitude apropriada é pedir ao Senhor para ajudar a «pouca fé» de quem suplica uma graça.

 

A perseverança é também elemento fundamental da oração: «Muitas vezes é preciso paciência e saber esperar os tempos, mas não desistir, andar sempre em frente», apontou.

 

Para Francisco, «a oração cristã nasce da fé em Jesus e vai sempre com a fé para além das dificuldades. Uma frase para levar hoje no nosso coração ajudar-nos-á, do nosso pai Abraão, a quem foi prometida a herança, isto é, ter um filho aos 100 anos. Diz o apóstolo Paulo: “Acreditou”, e com isso foi justificado».

 

«Ter fé e fazer de tudo para chegar àquela graça» que se pede, recomendou o papa, que acrescentou: «O Senhor disse-nos: “Pedi e ser-vos-á dado”. Tomemos também esta Palavra e tenhamos confiança, mas sempre com fé e colocando-nos em jogo. Esta é a coragem que tem a oração cristã».

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